Eike Batista passou de um dos homens mais ricos do mundo para prova viva de que as coisas sempre podem piorar. Depois de perder quase toda a sua fortuna e se declarar membro da classe média, o fundador da OGPar (antiga OGX) está sendo denunciado por falsidade ideológica, formação de quadrilha e indução de investidores a erro.
O empresário é acusado pelo Ministério Público de São Paulo junto com mais sete ex-diretores por divulgar informações inverídicas sobre a capacidade de exploração das reservas de petróleo nas bacias de Campos e Santos. Além disso, diz o MP, estudos internos e encomendados pela empresa apontaram a inviabilidade econômica das áreas desde 2011, o que não foi revelado na ocasião.
"Todos cometeram crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, incluindo delitos contra o mercado de capitais", conforme a denúncia do MP, incluindo falsidade ideológica, indução de investidores a erro, formação de quadrilha e manipulação do mercado de capitais - à exceção de Eike, que já responde por essa infração em ação penal movida pela Procuradoria da República no Rio de Janeiro.
O prejuízo estimado dessas "mentirinhas" é de cerca de R$ 14,4 bilhões.
Se condenado, Eike Batista pode ser obrigado a cumprir de quatro a quatorze anos de prisão. A pena dos outros executivos denunciados pode chegar 22 anos.