O que você diria se dissessem que estão libertando 10 mil mosquitos da dengue no seu bairro?
É isso que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vai fazer no bairro de Tubiacanga, localizado na Ilha do Governador, na cidade do Rio de Janeiro, mas para combater o vírus da dengue. O anúncio dos testes foi realizado nesta quarta-feira, 24 de setembro, no campus da Fiocruz, em Manguinhos.
Isso porque os Aedes aegypti que serão soltos foram modificados com a bactéria Wolbachia. Ela funcionaria suprimindo a produção do vírus que causa a doença e poderá ser transmitida para as próximas gerações por meio da reprodução entre a espécie modificada e as saudáveis, encontradas no ambiente.
Essa iniciativa já foi realizada com sucesso em países como Austrália, Vietnã e Indonésia. "Estamos diante de uma estratégia científica inovadora e segura, que poderá contribuir para o controle da dengue e para a melhoria da saúde da população", afirma Luciano Moreira, pesquisador e líder do projeto no Brasil.
Em Tubiacanga, cerca de dez mil mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia serão liberados semanalmente pelos pesquisadores. Inicialmente, os pesquisadores vão avaliar a capacidade dos mosquitos com Wolbachia de se estabelecerem no meio ambiente e se reproduzirem com os mosquitos que já existem no local. O projeto propõe uma abordagem sustentável e de longo prazo, pois, após o estabelecimento de Aedes aegypti com Wolbachia no ambiente, a bactéria é transmitida naturalmente para as gerações seguintes de mosquitos.
A bactéria Wolbachia é encontrada naturalmente em cerca de 60% dos insetos do mundo e não existem evidências de que causem qualquer risco a saúde humana. Confira o vídeo explicando todo o processo abaixo:
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