Como Ajudar Alguém Em Um Relacionamento Abusivo?

A situação pede muito tato e sensibilidade; veja o que você pode fazer

Viver um relacionamento abusivo pode parecer algo distante, impossível, mas acredite: não é. Alguém próxima de você já deve ter passado por um relacionamento abusivo também. Alguém próxima de você pode passar por isso. E aí, como lidar?

Vamos então a algumas dicas para ter uma noção melhor de como auxiliar mulheres passando por uma situação como essa:

1. Converse com ela

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Dois sentimentos que quem está em um relacionamento abusivo conhece bem: culpa e vergonha. Dois sentimentos que a maioria das pessoas não curte ficar divulgando: culpa e vergonha.

É muito comum que alguém que sofra com violência verbal e/ou física se feche, mas é neste momento que é mais necessário conversar, conversar, conversar muito! Seja respondendo mensagens tarde da noite ou oferecendo seu ombro amigo, mostre que, em você, ela pode confiar e com você ela pode contar a verdade, sempre.

2. Mostre para ela histórias de quem também já passou por isso e superou

Sabe aquele negócio de "fácil falar, difícil estar no meu lugar"? Mesmo com uma amiga presente, a vítima pode se sentir sozinha, como se ninguém compreendesse a situação dela. Por isso é legal que ela tenha contato com histórias semelhantes, de pessoas que passaram por relacionamentos abusivos/agressivos também e superaram. Você pode apresentar alguém ou apresentar um texto, um relato, um filme. Ela ganhará uma perspectiva muito mais ampla.

3. Ajude-a a enxergar os ciclos e as armadilhas da relação

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Quando a gente tem um problema muito sério e grande (lembrando que quem dá as dimensões para os nossos problemas somos nós mesmos, não os outros), muitas vezes a gente fica tão tensa dentro da nossa própria cabeça que não consegue olhar para a situação com distanciamento e com clareza. Então vamos lá: se precisar desenhar pra ela entender, a gente desenha!

Relacionamentos abusivos costumam ter ciclos. Tipo: o cara é um amor, mas fica agressivo quando bebe com os amigos depois do futebol. Ou: o cara tem crise de ciúmes, agride, se arrepende, pede desculpas, ela perdoa, ele tem outra crise de ciúmes, agride, ad eternum. Se ela não percebe, se ofereça para ajudar nessas situações. Marque os dias/ocasiões que isso acontece, a convide para sair, ir para sua casa, fazer algo que a deixe longe dele. É importante que ela consiga observar a situação de um ponto de vista fundamental: o do "não precisa ser assim".

4. Ajude-a a relembrar que a vida pode ser muito mais que isso

A gente que é solteira (olar, tamo junto) com frequência despreza um pouco as migas que namoram e somem. Já dizia Leslie Knope: ovaries before brovaries, não é mesmo? Acontece que, se a miga em questão se sente presa a um relacionamento abusivo, ela provavelmente precisa de uma ajudinha para lembrar de que a vida sem um boy também pode ser muito maravilhosa. A questão não é convertê-la à solteirice, mas mostrar que ter um namorado não é tudo na vida e que é possível ser muito feliz, se divertir muito e crescer na vida sem o peso desse relacionamento cagado. Você com certeza sabe como fazer isso muitíssimo bem.

5. Meta a colher, sim!!

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Aqui a gente não trabalha com essa história de "em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher". Se o boy passa do limite, desrespeita e agride uma mulher, ela tem que saber que isso está errado. Se precisar intervir, chamar a atenção, bater boca, dizer umas verdades, denunciar, vá em frente. Só tome cuidado para não dar a impressão de que está contra a miga. A situação é sempre delicada e pede sensatez e muito tato.

6. Não julgue!!!

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Não adianta nada querer ajudar se, no fundo, você acha um absurdo e se sente superior por nunca ter passado por isso, né? Lembre-se de que, quando se trata de amor, ninguém está imune de cair nas garras de uma cilada, Bino. Esqueça os julgamentos; eles não só não ajudam como também atrapalham.

7. Se a sua presença não for suficiente, ajude-a a encontrar apoio profissional

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Um relacionamento abusivo pode desencadear problemas psicológicos complexos, como depressão, ansiedade e síndrome do pânico. Por isso, ajuda profissional de psicólogos ou psiquiatras é sempre bem-vinda. Existe até um site, o Ajude uma Desconhecida, voltado para oferecer apoio a quem passa por diversos tipos de relacionamento abusivo. Compartilhe, se ofereça, ajude. Juntas somos mais fortes.