Mulheres Que Mudaram Sua Vida e Você Provavelmente Nem Sabia

Como a gente viveria hoje se não fosse por elas???

2016 não está sendo fácil para as mulheres. Nem um pouco. Em lugar nenhum.

Mas se às vezes passam pela sua cabeça pensamentos como "deu pra mim", "não aguento mais" e outros do gênero, muita calma! Mulheres continuam enfrentando desafios, mas é importante lembrar que sempre há a possibilidade de vencê-los e tornar a sua vida e a das pessoas ao seu redor muito mais incrível apesar das dificuldades.

Duvida? Então dá só uma olhada nas histórias de oito mulheres que fizeram o possível e até o impossível em suas realidades e tiveram atitudes que influenciam nossas vidas até hoje:

Bertha Lutz (1894 – 1976)

Divulgação/Domínio Público

Foram várias as mulheres que lutaram pelo direito ao voto feminino no Brasil. Mas, em todas as rodinhas, todas as articulações, lá estava ela: Berta Lutz. Depois de ter estudado biologia na Europa e ter visto os movimentos de sufrágio por lá, ela trouxe a batalha pelos direitos civis das mulheres para o Brasil. Criou a Federação Brasileira Pelo Progresso Feminino e, depois de muito batalhar junto às autoridades, Berta e suas companheiras feministas conseguiram colocar o direito ao voto das mulheres no Código Eleitoral de 1932 e na Constituição de 1934.

Nísia Floresta (1810 – 1885)

Divulgação/Domínio Público

Se o feminismo tem ganhado cada vez mais força no Brasil, a culpa é um pouco dela. Nísia Floresta é considerada a primeira feminista do país. Ela foi obrigada a se casar aos 13 anos, mas conseguiu se separar do marido aos 14, em 1824. Foi então que começou a escrever textos sobre as condições da mulher na sociedade, expondo os ideais de igualdade do feminismo e da independência feminina no jornal “Espelho das Brasileiras”. Além disso, Nísia também criou uma escola considerada moderna para meninas – que, além de trabalhos manuais, ensinava português, idiomas e geografia, escreveu vários livros e deu palestras sobre temas como a libertação dos escravos e o direito de liberdade de culto.

Maria Augusta Estrela (1860 – 1946)

Divulgação/Domínio Público

Entrar na faculdade não é nada fácil: precisa estudar muito, ir bem no Enem, estudar mais ainda, passar no vestibular... Mas na época dela era muito mais difícil. Simplesmente porque a entrada de mulheres nas universidades não era permitida. Mas Maria Augusta não desistiu. Foi estudar medicina nos Estados Unidos e, quando seu pai não tinha mais dinheiro para pagar a mensalidade, pediu ajuda ao imperador D. Pedro II para concluir seus estudos. Ela ainda passou por diversas dificuldades lá: se machucou em uma autópsia, teve uma recuperação demorada, seu pai morreu e ela não teve condições de voltar para o Brasil imediatamente. Foi tão batalhado este diploma que a história de Maria Augusta Estrela ficou famosa no Brasil, virando até folhetim de jornal. A repercussão fez com que o governo se mexesse e mudasse as regras para a entrada de alunos nos cursos superiores. Em 1879, foi aprovada uma reforma na educação que finalmente permitia a matrícula de mulheres nas faculdades. Maria Augusta se formou em Nova York, conseguiu voltar ao Rio de Janeiro e exerceu a medicina por muitos anos.

Hedy Lamarr (1914 – 2000)

Divulgação

Hedy Lamarr é mais famosa por ser uma estrela de Hollywood, mas seu feito mais conhecido não foi um filme. Ela era austríaca, judia e queria ajudar os Estados Unidos e os aliados na Segunda Guerra Mundial. Depois de ter se familiarizado com radiocomunicação pela convivência com seu marido engenheiro e os amigos dele, Hedy desenvolveu um sistema de comunicação secreto que manipulava frequências de rádio em intervalos entre a transmissão e a recepção. Assim, ela acabou criando não só um código para prevenir que mensagens fossem interceptadas pelos inimigos como também gerou a tecnologia base para o GPS e o sistema wireless.

Alice Tibiriçá (1886 – 1950)

Reprodução/Acervo Pessoal

Hoje, o Brasil está cheio de mulheres que não se conformam com injustiças e fazem o que podem para mudar a situação. Mas na época de Alice Tibiriçá (começo do século XX) não era bem assim. Ela é considerada a primeira ativista social do país, e lutou por várias causas: pelo combate à lepra e ao preconceito contra os doentes – foi ela que teve a iniciativa de fazer com que o nome da doença mudasse para hanseníase -, fundou uma obra de apoio a deficientes visuais, abriu um centro cultural, criou cursos de técnicas agrícolas para mulheres do interior. Também foi Alice, órfã de mãe, a responsável por pedir ao Presidente Getúlio Vargas que tornasse oficial o Dia das Mães no Brasil, e por organizar no Brasil as primeiras comemorações do Dia da Mulher, no dia 8 de março de 1947.

Bette Nesmith Graham (1924 – 1980)

Divulgação

Tem coisas que fazem parte do nosso dia a dia e são tão comuns que a gente nem pensa que alguém teve que ir lá, pensar e desenvolver a ideia para que ela virasse realidade, né? Olha só a história da Bette Graham: em 1951, ela trabalhava em um banco no Texas e observou que, quando os funcionários cometiam algum erro com a máquina de escrever, tinham que jogar fora o trabalho e começar tudo de novo. Decidida a acabar com este problema, ela desenvolveu uma tinta branca com base de água para cobrir os erros de digitação. Nascia assim o branquinho, tão utilizado nas escolas até hoje. Logo a invenção fez o maior sucesso e Bette colheu os lucros de sua mente espertíssima.

Mary Phelps Jacob (1891 – 1970)

Divulgação/Domínio Público

Imagina que terror era usar aquelas lingeries super desconfortáveis, cheias de ferro e pesadas de antigamente? Mary Phelps Jacob não aguentava mais e resolveu dar um fim nisso. Com a ajuda de sua empregada, a americana pegou dois cortes de tecido de seda e os costurou juntos com barbante e fita rosa, no formato de um sutiã. O produto final ficou muito mais macio, leve e anatômico do que os corseletes tradicionais. Logo a invenção de Mary ficou popular e ela começou a receber pedidos de várias mulheres. A gente agradece a ela até hoje por ter-nos livrado de um incômodo tão grande!

Leila Diniz (1945 – 1972)

Divulgação/Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro

Leila não inventou nada, não teve tempo de construir uma carreira super consagrada, não liderou passeatas e movimentos. Foi só com seu jeito de ser e de encarar a vida que ela conseguiu mudar a vida das gerações de mulheres que a seguiram.

Ela era atriz e teve bons desempenhos na TV e no cinema, mas ficou famosa mesmo ao divulgar suas opiniões e sua postura na mídia. Falava sobre amor e sexo abertamente, falava palavrão, foi a primeira mulher a exibir sua barriga de grávida em uma revista de publicação nacional. Foi duramente julgada e perseguida por isso – Leila quase foi presa na ditadura – mas não desistiu de ser uma mulher livre e de fazer o que bem entendesse. Leila morreu em um acidente de avião aos 27 anos, mas deixou sua personalidade como grande inspiração para as mulheres brasileiras. Em uma entrevista para o jornal “Diário de São Paulo”, ela contou pelo que mais batalhava. “Em primeiro lugar, pela posição da mulher na sociedade. Isto quer dizer que luto por mim mesma. Em segundo lugar, luto por minha luta diária. Brigo por tanta coisa que nem sei”.