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    10 Razões Para Ler "O Menino Feito De Blocos"

    Lançamento da editora Record no Brasil, a obra conta a trajetória da família de Sam, um menino diagnosticado com autismo.

    1. A história gira em torno do relacionamento de Sam, um garotinho de 8 anos, e seu pai, Alex. Sam é autista e Alex não entende o mundo do filho. O enredo é baseado em fatos reais, e isso torna o livro ainda mais emocionante.

    2. Há várias passagens cômicas no livro, e nessas horas a identificação é imediata. Porque só quem tem um autista em casa conhece como ninguém a máxima: "seria trágico se não fosse cômico..."

    "Observo Sam correndo em direção a um agrupamento de troncos de árvores caídos, onde ele gosta de brincar, e sei exatamente a ordem do que vai acontecer. Ele vai subir numa árvore específica, vai andar por ela, e vai conferir se estou olhando quando chegar ao fim. Vai considerar a possibilidade de pular para o tronco seguinte, mas, em vez disso, vai descer de um e subir no outro. Se alguma criança estiver brincando nele, Sam vai empurrá-la para tirá-la do camnho — não porque seja um bully, mas porque essa é a máquina dos troncos caídos e precisa funcionar de determinada maneira. Para ele, uma outra criança é uma falha no sistema; tirá-las dali é, para Sam, o equivalente a passar um antivírus: "CRIANÇA DETECTADA. SEQUÊNCIA DE ELIMINAÇÃO ATIVADA. CRIANÇA DELETADA. ATENÇÃO: CRIANÇA CORRENDO AOS PRANTOS EM DIREÇÃO AOS PAIS."

    3. Por ser contada a partir do ponto de vista do Pai, a história se destaca também pela diversidade. A grande maioria dos relatos de famílias que vivem o autismo nos são apresentados através do olhar materno.

    "E quanto ao Sam? Ah, como essas palavras têm ecoado em nossas vidas. Sam é o planeta de preocupações e caos em que nós temos orbitado pela maior parte do nosso relacionamento."

    4. Algumas frases do autor batem na gente com força. Como se a gente sempre tivesse sentido aquilo mas não soubesse como expressar aquele sentimento.

    "Toda sensação de segurança na vida é uma ilusão."

    5. Podemos nos identificar fortemente com algumas estratégias do narrador na hora de acalmar o filho.

    "Passamos o resto da tarde na sala, em silêncio. Faço uma torrada para ele e o deixo ver desenhos na TV, o que melhora ligeiramente o seu humor, como sempre."

    6. Nossa grande amiga, a seletividade alimentar, está lá.

    Essas são as leis que regem Sam e a comida. Seu cardápio contém quatro refeições aceitáveis. São elas: sanduíche de queijo cheddar com piccalilli (pão de forma branco sem casca, sem o menor sinal de picalilli nas bordas das fatias); palitos de peixe fritos (das marcas Birds Eye ou Marks and Spencer... da marca Lidl, nem pensar!) com batatas fritas bem fininhas; macarrão argolinha com torrada (às vezes ele aceita macarrão de letrinhas, mas nunca fica claro quando vai ser o caso, então não vale a pena correr o risco, na verdade).

    7. Keith Stuart, o autor, é britânico. E não há nada como o humor autodepreciativo dos ingleses.

    Isso está no livro todo, impossível escolher um só trecho. ;)

    8. Algumas das metáforas contidas no livro são, simplesmente, universais para famílias de autistas.

    "Para Sam, o mundo é uma máquina gigante que precisa funcionar de determinada maneira, com ações previsíveis, para garantir sua segurança. Antes de poder relaxar, ele precisa conhecer os ritmos e movimentos de tudo à sua volta, e precisa ficar o tempo todo com um dedo no botão de desligar."

    9. O livro mostra que a tecnologia pode ser uma grande aliada da criança com autismo.

    Minecraft, Minecraft, Minecraft!

    10. São 377 páginas de pura emoção: a gente ri, chora, se revolta, pensa sobre a vida. Uma obra completa: um must-read para todos os pais e familiares de autistas!