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    Os Gay Games são o evento esportivo mais inclusivo do mundo

    O evento aconteceu em Paris este ano e o Brasil brilhou no futebol.

    Douglas ficou 15 anos sem jogar. Ele decidiu parar porque era muito difícil praticar o esporte e ser um gay assumido. "Os homens acham que você está ali com outro intuito e é muito ofensivo", ele não queria e nem precisava passar por isso. Quando ouviu falar do futebol gay pela primeira vez, foi do time Bulls, de São Paulo. Ele estava disposto a viajar do Rio para a capital paulista só pra jogar uma pelada com eles. Um amigo colocou ele em contato com os BeesCats e o resto é história. Douglas me diz, com uma serenidade sincera, que essa é uma das fases mais felizes da sua vida. Hoje ele é psicólogo e quer levar isso também para o futebol. E quanto aos ex-colegas do Botafogo, eles estão felizes pelo amigo e se encontram de vez em quando para relembrar os momentos que passaram juntos.

    Os BeesCats começaram a se planejar com antecedência para participar dos Gay Games e correram atrás patrocínios que viabilizaram a presença nos jogos em Paris 2018, mas metade do time conseguiu arcar com pelo menos parte da viagem com dinheiro do próprio bolso. Numa dessas reviravoltas da vida, um deles ganhou na loteria durante os preparativos e precisava da grana para dar entrada na sua casa, mas entendeu a sorte como um sinal e usou uma parte do dinheiro para vir atrás do ouro. Muitos deles nunca tinham saído do Brasil, “são pessoas que talvez nunca teriam a oportunidade ou o ímpeto de viajar para fora, por serem humildes ou outros fatores mesmo”, explica o André.

    O time acredita que é muito importante participar de um evento como os Gay Games. Eles dizem que são um grupo que fazem muitas coisas, e também jogam futebol. Para os BeesCats, é importante mostrar que a sexualidade não tem a ver com habilidade. Os esportes, e o futebol em particular, são importantes para a inserção social das pessoas. Ter jogadores gays com títulos internacionais é um passo importante para tirar essas pessoas da margem, ou até do gueto, como diz Douglas. Mas eles também estão aqui porque é um festa e um intercâmbio cultural que rompe barreiras.

    André vê o esporte como um elo que une as diferentes tribos dentro da cultura LGBT. As gays barbies, os ursos e as pocs, os que gostam de funk, axé ou eletrônico, os que amam ou odeiam academia, os que frequentam balada ou que preferem ficar em casa, todos têm a oportunidade de se conhecer e trocar experiências. Ele acha isso importante porque ajuda a combater o preconceito que existe dentro do mundo gay.

    Página dos BeesCats Soccer Boys no Facebook: https://www.facebook.com/BeesCatsRJ/

    Atualização: Na manhã da sexta, dia 10 de agosto, me encaminharam uma mensagem que tinha enviada para todo mundo do time menos o Douglas. Sob o pretexto de fazerem fotos de divulgação, os BeesCats combinaram de se reunir em direção à praça do Trocadero, uma das vistas mais bonitas da torre Eiffel. Às 21h em ponto, um dos momentos em que a torre pisca por um minuto inteiro, Douglas vai ser pedido em casamento pelo seu companheiro Ricardo.