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    Cinco mulheres inspiradoras para o consumo consciente

    Meu mergulho no mundo do consumo consciente mostra que as mulheres lideram as mudanças dessa relação entre as pessoas e os modos de produção há muito tempo. Em nossas relações do consumo cotidiano no supermercado, no armarinho, na boutique, na sapataria, no cabeleireiro, nós, mulheres, queremos mais transparência. Qual o efeito dos agrotóxicos e dos transgênicos no nosso organismo e no meio ambiente? Quem fez minhas roupas? Quanto é gasto de água para fazer minha calça jeans? O que tem nos meus cosméticos e produtos de higiene? Como ser produtivo e justo no cultivo de alimentos orgânicos? Por que as grandes corporações não se importam com os efeitos da produção no meio ambiente? Todas essas perguntas foram e estão sendo feitas por mulheres mundo afora. Em homenagem à minha mãe, que não está mais por aqui, fiz a minha galeria de mulheres inspiradoras e que me ensinam todos os dias sobre o consumo consciente.

    1. RACHEL CARSON

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    Uma dessas mulheres que me inspiram eu conheci há alguns dias. Zapeando pelo Netflix, esbarrei no documentário American Experience: Rachel Carson, da PBS. O filme retrata a história da bióloga marinha e escritora da obra 'Primavera Silenciosa". Pioneira no debate sobre os impactos dos avanços tecnológicos no meio ambiente e a necessidade de regulação e fiscalização pelo Estado. Graças à voz dela, o governo dos EUA passou a regular o uso de DDT, que era até ingerido pelas pessoas. Ela foi vítima de machismo e misogina, foi taxada de anti-progresso e de comunista. Tudo por ter ousado ser fiel à ciência, ao método e ao direito de saber das cidadãs e cidadãos. Lá na década de 1960. Hoje, os mesmos personagens adotam a mesma tática de estelionato intelectual e privam nós, consumidores, do direito de saber sobre o que consumimos.

    2. CHIARA GADALETA

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    Outra descoberta recente foi Chiara Gadaleta. A ex-modelo, fundadora do Movimento ECOERA, há 10 anos integra os mercados de moda, beleza e design à sustentabilidade. É consultora de grandes empresas e, em 2015, criou o Prêmio ECOERA. Durante o Fórum Mundial da Água, realizado em maio aqui em Brasília, ela lançou a calculadora de pegada hídrica para indústria da moda e design. No Dia da Revolução da Moda, Fashion Revolution Day, 24 de abril, ela voltou à Capital Federal para participar do Seminário Perspectivas para a Moda Consciente no Brasil, da programação do movimento em Brasília, e falar mais sobre esse projeto.

    3. ORSOLA DE CASTRO

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    A fundadora e diretora criativa do movimento Fashion Revolution é pioneira na prática de upcycling, desde 1997 quando lançou a marca From Somewhere, que utiliza descarte de marcas de luxo para criar novas peças. Ela acredita que a indústria da moda pode liderar o avanço do pensamento sustentável. Para ela, a moda tem um papel tão crucial, pois é a pele que escolhemos, um reflexo de nossa imagem pessoal. A ativista destaca que a moda é a segunda indústria mais poluidora do mundo, mas também gera empregos para milhões de pessoas, principalmente mulheres, então o impacto nas pessoas e no planeta é enorme. Quanto aos consumidores, que ela prefere chamar de cidadãos, na visão de Orsola são parte ativa da solução em cada pequena escolha que fazem. Pode ser comprando menos, comprando melhor, levando essa campanha para casa… Existem muitas formas de se envolver para cada um de nós se quisermos fazer parte da mudança. O debate estimulado pelo Fashion Revolution, inclusive, é uma questão de gênero. Quando nos perguntamos "Quem fez minhas roupas?", em resposta, descobrimos que 75% da mão de obra da indústria têxtil e do vestuário em todo o mundo é formada por mulheres. São as mulheres as principais vítimas do lado feio da indústria da moda: desde o trabalho análogo à escravidão das indústrias até as práticas bulímicas para estabelecer um padrão de beleza feminina irreal nas passarelas e books.

    4. ANNIE LEONARD

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    Diretora-executiva do Greenpeace nos Estados Unidos, a ambientalista de Seattle, Washington, é especialista em comércio e cooperação internacional, desenvolvimento sustentável e saúde ambiental. Ela virou uma celebridade global e é até considerada guru ambiental de muita gente, com o documentário The Story of Stuff (A história das coisas). O filme online, de 2007, abriu as portas para uma torrente de conversas honestas sobre a cultura enlouquecida pelo consumo. Atualmente, Annie tem uma equipe em São Francisco, Califórnia, que inspira e incentiva o engajamento cívico de mais de um milhão de membros da comunidade global.

    5. VANDANA SHIVA

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    A ativista ambiental e anti-globalização nascida na Índia é física, doutora em filosofia e ecofeminista. Nas últimas três décadas, ela tentou ser a mudança que queria ver no mundo. Quando achou que a ciência e a tecnologia dominantes atendiam os interesses dos poderosos, fundou, junto com outros acadêmicos a Research Foundation for Science, Technology and Ecology (RFSTE) [Fundação de Pesquisa para Ciência, Tecnologia e Ecologia], uma organização participativa e de pesquisa de interesse público. Quando encontrou corporações globais que queriam patentar sementes, culturas ou formas de vida, começou a Navdanya, ONG com a missão de proteger a biodiversidade, defender os direitos dos agricultores e promover a agricultura orgânica. Ela é considerada uma das personalidades mais inspiradoras da atualidade. Acredita que as mulheres são cruciais na contemporaneidade, porque estamos frente a um futuro que precisa aprender a se reconectar com a vida, a especialidade de nós, mulheres. Ao longo da história, fomos as encarregadas das tarefas relacionadas à reprodução da vida.