No cancioneiro nacional, mulheres já tiveram sua utilidade relacionada meramente às prendas domésticas; julgadas pelo seu comportamento e classificadas como 'de respeito' ou 'da orgia'; vistas como interesseiras atrás de dinheiro, conforto e bens; bater na esposa já foi costume considerado necessário - e muitas vezes por elas apreciado. Reflexo de outras épocas, já foi, no passado? Quem dera. Licença poética? Não nesses casos*. Na listinha abaixo, muito além de simples estereótipos, o pior do machismo brasileiro cantado em verso e prosa:
Emília - Wilson das Neves
Mulher que não dá samba - Paulo Vanzolini
Se eu largar o freio - Péricles
Tô indo embora - Rio Negro & Solimões
Conselhos de Vadio - Candeia e Ernani Alvarenga
Largadão - Israel e Rodolffo
Mulheres Vulgares - Racionais
Loira Burra - Gabriel O Pensador
Na subida do morro - Moreira da Silva
Se essa mulher fosse minha - samba de roda
O maior Castigo que eu te Dou - Noel Rosa
Mulher de Malandro - Heitor dos Prazeres
O que é que eu dou? - Dorival Caymmi
É Pancada - Ernani Alvarenga
Bruto Rústico e Sistemático - João Carreiro e Capataz
Silvia Piranha - Camisa de Vênus
Piranha - Bezerra da Silva
Lá Vem Ela Chorando (Dinheiro Não Há) - Ernani Alvarenga
Amor De Malandro - Francisco Alves
Minha Nega Na Janela - Germano Mathias
P.S.:
1) não foram incluídas na lista músicas nas quais o machismo da letra é claramente uma crítica através do recurso do eu-lírico (ex. Chico Buarque);
2) recomendo a leitura do artigo O Malandro e a violência contra a mulher na MPB;
3) lembrou de alguma pior que essas? Sugestões nos comentários;
4) "Ai que Saudade da Amélia" ficou de fora propositalmente ;)