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    Dicas De Acessibilidade Digital Para Produtores De Conteúdo

    O que é #PraCegoVer? Por que existem avatares digitais interpretando Libras? Closed caption e audiodescrição são a mesma coisa?

    Parece que foi ontem, mas a internet completou 30 anos no dia 12 de março de 2019.

    Há três décadas, Tim Berners-Lee apresentou a proposta do que viria a se tornar as três letras mais utilizadas no meio digital: www (do inglês World Wide Web).

    Graças à facilidade da internet, a troca de diferentes tipos de documentos e, desta forma, de informação, atingiu patamares nunca antes vistos desde que o mundo é mundo.

    As possibilidades oferecidas pela internet superam avanços tecnológicos atingidos ao longo dos últimos séculos.

    Nem todos os restaurantes têm rampas adequadas para cadeirantes. Poucas escolas e universidades possuem intérpretes de Libras. Os estabelecimentos públicos dificilmente oferecem materiais impressos em braile, e por aí vai… a lista é longa.

    A internet é, sim, um meio assegurar os direitos de todas as pessoas - com ou sem deficiência.

    Por isso, falar de acessibilidade digital é falar sobre inclusão. E, mais que um direito dessa população, a acessibilidade é também um dever de todos.

    Desde janeiro de 2016, está em vigor a Lei Brasileira de Inclusão (LBI).

    O texto aprovado defende que todos os sites brasileiros e de empresas com atividades no Brasil sejam acessíveis, segundo os padrões estabelecidos pelas Diretrizes de Acessibilidade para o Conteúdo da Web (WCAG, sigla para Web Content Accessibility Guidelines).

    Para ajudar na missão inclusiva de acessibilizar conteúdo digital para pessoas com diferentes deficiências, listamos algumas dicas.

    Vale lembrar que a acessibilidade digital é um conjunto de práticas, não apenas de conteúdo, mas também de desenvolvimento e design / UX (User Experience - Experiência do Usuário).

    Nada pode ser 100% acessível, porque as deficiências são particulares a cada indivíduo, e a própria natureza não é totalmente livre de barreiras.

    Mas, com um esforcinho conjunto, dá sim para construir sites, aplicativos e conteúdos digitais cada vez mais inclusivos.

    Para facilitar, as boas práticas para conteúdo digital acessível foram divididas por deficiência: visual (cegueira, baixa visão); auditiva (surdez) e intelectual / cognitiva (Síndrome de Down, Autismo, Asperger, Dislexia etc).

    Antes de mais nada, destacamos que o termo correto para se referir ao público com algum tipo de deficiência é pessoa com deficiência (ou PCD).

    O termo foi adotado pela ONU (Organização das Nações Unidas), durante a Convenção do Direito das Pessoas com Deficiência e é amplamente utilizado.

    “Pessoa com necessidades especiais”, “portadora de deficiência” ou “deficiente” não são corretos. Na dúvida, utilize a terminologia para aquela deficiência: surdo, cego, cadeirante, autista etc.

    Em países como a Espanha e Portugal, o termo “pessoa com diversidade funcional” já tem ganhado espaço, considerando que uma pessoa não tem uma deficiência, mas sim, uma diversidade.

    Por enquanto, vale seguir com as diretrizes da ONU, mas é importante lembrar que o mundo muda rápido, e nós devemos mudar com ele. De preferência, para melhor.

    Vale lembrar que a acessibilidade digital é um conjunto de práticas, não apenas de conteúdo, mas também de desenvolvimento e design / UX (User Experience - Experiência do Usuário).

    Nada pode ser 100% acessível, porque as deficiências são particulares a cada indivíduo, e a própria natureza não é totalmente livre de barreiras.

    Mas, com um esforcinho conjunto, dá sim para construir sites, aplicativos e conteúdos digitais cada vez mais inclusivos.

    Para facilitar, as boas práticas para conteúdo digital acessível foram divididas por deficiência: visual (cegueira, baixa visão); auditiva (surdez) e intelectual / cognitiva (Síndrome de Down, Autismo, Asperger, Dislexia etc).

    Para cegos

    - Muitos cegos e pessoas com baixa visão utilizam softwares para leitura de tela. Por isso, todo conteúdo digital que não estiver em texto (ou com código-fonte preparado) deve incluir descrição (fotos, ilustrações, gifs, tabelas, gráficos etc);

    - Existem muitas formas de descrever imagens e, com a prática, isso só se aprimora. Pense na seguinte fórmula: o que/quem + onde + como + faz o quê + como + quando + de onde. Ou, ainda, a versão simplificada: formato + sujeito + paisagem + contexto + ação;

    - Evite a redundância na descrição. “A foto ilustra” é um pleonasmo. Seja simples, direto;

    - Utilize apenas adjetivos para descrever, e não qualificar a imagem. Termos como “bonito”, “feio”, “bom”, “mau” são exemplos de juízo de valor e não agregam ao usuário;

    - Vídeos devem ter audiodescrição, contextualizando o conteúdo das imagens para cegos, sem atrapalhar o áudio original do conteúdo. Aqui, vale destacar: não é a mesma coisa que o closed caption (que é voltado para surdos);

    - Hiperlinks nos textos devem indicar o destino do link. Termos como “Clique aqui”, “Saiba mais”, ou “Via” não indicam o destino do clique. Prefira: “Acesse o site (nome do site)”, “Saiba mais no portal (nome do portal)”. Isso porque muitos cegos navegam somente pelos links, utilizando atalhos do teclado.

    Para surdos

    - Os conteúdos em áudio e vídeo devem ser transcritos em texto e legendados, para acesso de surdos oralizados (alfabetizados em português);

    - Para surdos sinalizados (que se comunicam apenas por Libras), é importante ter janela de Libras, com tradutor-intérprete ou avatar digital.

    Para pessoas com deficiência intelectual e cognitiva

    - Os textos precisam ter uma estrutura mais simples e enxuta, considerando a acessibilidade para pessoas com dislexia ou descalculia;

    - Frases e parágrafos mais curtos, ordem direta, voz ativa, textos sem figuras de linguagem (metáforas, hipérboles etc) e termos mais usuais também são recomendados para pessoas com diferentes graus de Autismo e Síndrome de Down;

    - A repetição de palavras também pode dificultar a leitura. Busque sinônimos sempre que possível.

    IMPORTANTE

    A acessibilidade é viva e está sempre em evolução. Práticas e termos considerados acessíveis no momento podem se tornar obsoletos.

    Por isso, é importante adotar o compromisso com a inclusão diariamente, sempre em busca das melhores práticas e, se possível, convivendo com o público-alvo dessas diretrizes: as pessoas com deficiência.

    Para conhecer mais boas práticas, analisar sites e conferir novidades sobre acessibilidade digital, acesse o site do Movimento Web para Todos.