Grandes Mulheres Da Oratória

Ao longo da História, poucas mulheres tiveram a oportunidade de ter voz. Poucas puderam expressar livremente suas opiniões políticas, étnicas ou religiosas. As que tiveram a oportunidade, exerceram com maestria. Escolhemos algumas mulheres que expressaram a sua voz com maestria.

1. Evita Perón

Sociedade de debates UFRJ / Via Facebook: debatesufrj

Maria Eva Duarte de Perón, carinhosamente chamada de "Evita" Perón nasceu na Argentina em 1919. Evita começou sua vida política e domínio do poder de fala logo cedo: antes mesmo de se tornar a icônica primeira-dama argentina, já participava da vida política, organizando comícios populares para que as autoridades libertassem o futuro presidente da Argentina e marido Juan Domingo Perón durante o período em que esteve preso em 1945.

Evita não entrou para a História apenas como a esposa de um presidente, mas como a maior estadista e política mulher de seu tempo por seus discursos de tamanha potência e apelo popular.

Apesar de ter vivido apenas 33 anos, Evita é eterna por seus discursos.

"Voltarei e serei milhões."

2. Chimamanda Adichie

Sociedade de debates UFRJ / Via Facebook: debatesufrj

Chimamanda Ngozi Adichie é uma escritora nigeriana, que tem grande importância na construção da literatura Africana.

Chimamanda nasceu na Nigéria, no estado de Anambra, mas cresceu na cidade universitária de Nsukka, no sudeste do país, onde se situa a Universidade da Nigéria.

Quando completou dezenove anos se mudou para os Estados Unidos da América. Depois de estudar na Universidade Drexel, na Filadélfia, Chimamanda se transferiu para a Universidade de Connecticut. Fez estudos de escrita criativa na Universidade Johns Hopkins de Baltimore, e mestrado de estudos africanos na Universidade Yale.

Além de uma grande escritora ela também é uma grande oradora. Em sua palestra ao TED ela reforça a importância da pluralidade de visões de um mesmo fato.

Para ver a palestra basta entrar em: https://www.ted.com/talks/chimamanda_adichie_the_danger_of_a_single_story?language=pt-br

3. Angela Davis

Sociedade de debates UFRJ / Via Facebook: debatesufrj

Angela Yvonne Davis (Alabama, 26 de janeiro de 1944) alcançou reconhecimento mundial na década de 1970 como integrante do Partido Comunista dos Estados Unidos, dos Panteras Negras, devido a sua militância pelos direitos das mulheres, e sua luta era caracterizada pelo recorte racial. Além de ter sido vítima um dos mais polêmicos e famosos julgamentos criminais da recente história dos Estados Unidos.

Aos 14 anos participou de um intercâmbio que a levou a estudar no Greenwich Village(NY), onde houve o primeiro contato com o comunismo e o socialismo teórico e, a partir disso, seu primeiro contato com a militância.

Estudou e se especializou em filosofia nas universidades Brandeis, nos Estados Unidos, Sorbonne, na França, e de Frankfurt, na Alemanha, período no qual foi aluna de Jean-Paul Sartre e Herbert Marcuse. Quando retornou aos EUA, foi acusada de ter comprado a arma utilizada em um sequestro de um juiz, fazendo com que ela se tornasse uma das pessoas mais procuradas do FBI.

Embora houvesse afirmado que a arma fora atualizada sem seu conhecimento, foi presa, e isso mobilizou a campanha “Libertem Angela Davis”, que mobilizou ativistas e intelectuais do mundo inteiro.

"Acredito que cada sociedade vai criar novos significados sobre o que é ser livre" DAVIS, angela.

4. Malala Yousafzai

Sociedade de debates UFRJ / Via Facebook: debatesufrj

"A melhor maneira de superar os problemas e lutar contra a guerra é através do diálogo".

Com essa frase Malala encerrou a sua entrevista à BBC no Reino Unido, após ter sido vítima de um ataque de talibãs no Paquistão. Uma jovem paquistanesa, militante dos direitos das mulheres. Aos 20 anos, é a mais jovem ganhadora do Prêmio Nobel da Paz. Nascida no Vale do Swat, no norte do Paquistão. Filha de Ziauddin Yousafzai, professor e dono de escola incentivou o estudo da filha.

Malala começou a escrever um blog, em que contava os obstáculos para estudar e seguir seu sonho de ser médica. Em outubro de 2012, quando já dava entrevistas e aparecia na televisão defendendo o direito das meninas à educação, recebeu três tiros contra sua cabeça, no momento em que estava dentro do ônibus que a levaria para a escola.

Ela estava com quinze anos e foi levada para a Inglaterra, onde se submeteu a tratamento e vive exilada em Birmingham, junto com sua família.

No dia 12 de julho de 2013, quando comemorou 16 anos, discursou para uma plateia de representantes de mais de 100 países na Assembleia da ONU, em Nova Iorque. E no dia 10 de outubro de 2014, com 17 anos, Malala recebeu o Prêmio Nobel da Paz, tornando-se a mais jovem ganhadora da premiação.

5. Shirley Chisholm

Sociedade de Debates UFRJ / Via Facebook: debatesufrj

"Décadas antes de Obama ou Clinton, o mundo recebeu Shirley Chisholm"

Ela foi a primeira mulher negra a concorrer à presidência de um grande partido político e estava anos à frente de seu tempo. Sua corrida para a Casa Branca foi de curta duração, mas o seu significado carregou tanto simbolismo na época quanto carrega hoje. A vitória não era o objetivo, mas sim a mudança no rosto e no futuro da política americana como abrir caminhos e quebrar barreiras para candidatos como os mencionados acima.

Mulher de muitos 'primeiros', ela foi uma verdadeira pioneira para a sua geração. A primeira deputada afro-americana no Congresso, a primeira afro-americana a candidatar-se para a presidência, a primeira mulher a concorrer à nomeação presidencial pelo Partido Democrata.

Ativista, educadora e política, ao longo de seus 7 mandatos como deputada Shirley atuou incansavelmente pelos trabalhadores domésticos, o acesso à educação, direitos dos imigrantes e o suporte à mulheres. Ela rapidamente ficou conhecida não por sua raça ou gênero, mas por ser franqueza e coragem de lutar pelo que acreditava.

6. Emmeline Pankhurst

Sociedade de debates UFRJ / Via Facebook: debatesufrj

"Estamos aqui, não porque somos contra a lei, estamos aqui em nossos esforços para nos tornarmos criadoras da lei".

Esta frase proferida por Emmeline Pankhurst na Trafalgar Square, em Londres, no discurso da foto, em 1913, ficou marcada como a síntese de um movimento de mulheres pautado na ferrenha defesa do direito ao voto feminino por meio da desobediência civil na Inglaterra pré-Primeira Guerra Mundial, as Sufragistas.

Emmeline Goulden nasceu em Manchester, em 14 de julho de 1858, em uma família com uma tradição de política radical. Em 1879, ela se casou com Richard Pankhurst, um advogado e apoiador do movimento de sufrágio feminino. Durante sua vida ajudou a criar várias organizações políticas em defesa dos direitos femininos e, em outubro de 1903, ela ajudou a fundar a União Social e Política da Mulher mais militante (WSPU) - uma organização que ganhou muita notoriedade por suas atividades e cujos membros foram os primeiros a serem batizados 'sufragistas'.

Foi na WSPU que Emmeline ficou marcada como grande líder, em meio a seus inflamados comícios improvisados em áreas de grande movimentação de Londres e arredores além de movimentos como greves de fome na prisão que deixaram até mesmo a Scotland Yard sem reação, quando se viram obrigados a libertar as militantes do movimento para evitar responsabilidade em suas mortes, além de atos como explosões de caixas de correios, quebra de vitrines e até incêndio de prédios públicos, ações coordenadas que eram consideradas pela sociedade da época como impossíveis de serem realizadas por mulheres.

7. Eleanor Roosevelt

Sociedade de debates UFRJ / Via Facebook: debatesufrj

Eleanor Roosevelt foi uma grande defensora dos Direitos Humanos e trabalhou para melhorar a situação das mulheres trabalhadoras. Roosevelt foi primeira-dama dos Estados Unidos, esposa de Franklin Delano Roosevelt.

Foi diplomata e embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas entre 1945 e 1952. Durante o seu tempo na ONU presidiu a comissão que elaborou e aprovou a Declaração Universal dos Direitos Humanos. O presidente Truman apelidou-a de "Primeira-dama do Mundo" em homenagem a suas conquistas referentes aos direitos humanos.

"Não basta falar de paz.

É preciso acreditar nela.

E não basta acreditar nela.

É preciso trabalhar por ela!"

8. Margaret Thatcher

Sociedade de debates UFRJ / Via Facebook: debatesufrj

"A Dama de Ferro" é como ficou conhecida Margaret Thatcher, primeira mulher a ocupar o cargo de Primeira-Ministra do Reino Unido, que governou entre os anos de 1979 e 1990.

Thatcher nasceu em 1925 na cidade de Grantham e, em 1943, conseguiu uma bolsa para estudar na Universidade de Oxford, onde se formou em Química. Iniciou sua vida política em 1950, quando funcionários da Associação Conservadora de Dartford ficaram impressionados com ela e pediram para que tentasse candidatar às eleições pelo Partido Conservador.

Em 1979, assumiu o cargo de Primeira-Ministra em meio à Crise do Petróleo, o que afetou sua popularidade, porém a rápida recuperação econômica e a vitória na Guerra das Malvinas permitiram que ela se reelegesse. Durante seu mandato, elaborou um programa que privatizou empresas estatais e reduziu a intervenção estatal, que enxergava como um dos principais obstáculos para o declínio nacional.

Ela se sobressaiu pela clareza nos discursos e pela personalidade forte, embora tenha sofrido muitas críticas ao longo dos mandatos. "Se meus críticos me vissem andando sobre as águas do rio Tâmisa, diriam que é porque eu não sei nadar", disse.

A Dama de Ferro faleceu em 2013, aos 87 anos, em Londres.

9. Zilda Arns

Sociedade de debates UFRJ / Via Facebook: debatesufrj

Zilda Arns Neumann foi uma médica pediatra e sanitarista brasileira, indicada três vezes ao Prêmio Nobel da Paz pelo Brasil. Fundou e coordenou a Pastoral da Criança.

Seu trabalho serviu de modelo para países do mundo intiero, como Argentina, Venezuela, Bolívia, Peru, Filipinas, Peru, Angola, Moçambique, Equador, México. Em algumas dessas nações, ela própria ministrou cursos de como estruturar as ações da Pastoral.

Pouco tempo antes de proferir um discurso em Porto Príncipe, no Haiti, ocorreu o terremoto que devastou o país e fez com que Arns viesse a falecer.

“Como os pássaros, que cuidam de seus filhos ao fazer um ninho no alto das árvores e nas montanhas, longe de predadores, ameaças e perigos, e mais perto de Deus, deveríamos cuidar de nossos filhos como um bem sagrado, promover o respeito a seus direitos e protegê-los.”