Aqui você pode ver um delator contando os detalhes da reunião com Temer sobre propina de US$ 40 milhões

    Um procurador pergunta se era propina. Márcio Faria, ex-Odebrecht, crava: "Totalmente vantagem indevida, doutor, porque era um percentual em cima de um contrato." Presidente nega.

    Uma das passagens mais devastadoras para a imagem do presidente Michel Temer é o relato que o ex-presidente da Odebrecht Engenharia Industrial, Márcio Faria, narra em pormenores uma reunião ocorrida no escritório político do peemedebista em 15 de julho de 2010.

    Ali foi acertada uma propina de US$ 40 milhões para o PMDB resultante de contratos da área internacional da Petrobras com a Odebrecht.

    Um investigador pergunta: "Ficou claro que era vantagem indevida?"

    Faria crava: "Totalmente vantagem indevida, doutor, porque era um percentual em cima de um contrato. Ninguém falou em diretório municipal, estadual, nada. Era um per-cen-tual de um contrato".

    Aqui o que o vídeo diz no vídeo de 4 minutos aos investigadores da Procuradoria:

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    De acordo com a Constituição, o presidente da República só pode ser processado por atos cometidos durante o seu mandato. Como Temer teria participado da reunião quando era deputado federal e candidato a vice-presidente, ele não pode ser investigado.

    Aqui os principais trechos do relato de Márcio Faria:

    "Chegando lá eu soube que era o escritório do sr. Michel Temer."

    "Nos colocaram numa salinha de espera por muito pouco tempo. Chegando lá estava o ex-deputado Eduardo Cunha. A gente chegou e logo, logo fomos anunciados. Entramos numa sala maior. Nesta sala, estava presente o sr. Michel Temer, ele estava numa cabeceira."

    "[Ficaram sentados] Eduardo Cunha, o Eduardo Alves e o João Augusto [Henriques, operador de propina do PMDB em contratos com empreiteira e a Petrobras] um pouco mais atrás."

    "Não conhecia o Michel Temer, nem o Henrique Eduardo Alves. Apresentações, muitas amenidades, falamos de política. Até perguntei: 'Mas doutor, como é que é ser vice-presidente da Dilma? Eu nao conheço a Dilma, disse pra ele. Dizem que é uma pessoa muito complicada'."

    "Aí o pessoal riu, aquela coisa toda. E para minha surpresa, até com intimidade para quem nunca o tinha visto, ele [Temer] respondeu: 'Se acontecer qualquer coisa aí, tem esses rapazes aí...'"

    "Ele [Temer] apontou pros dois deputados, o Henrique Eduardo Alves e o Eduardo Cunha, e disse: 'Pode deixar que ela vem e fica aqui. Esses dois rapazes resolvem pra mim lá.'”

    Um procurador interrompe: "Fica aqui? Ele [Temer estava] sinalizando pro colo dele?"

    Faria responde: "Exatamente, pro colo dele [Temer]."

    "Passadas as amenidades, o Eduardo Cunha tomou a palavra e explicou que o pessoal está no processo de contratação do projeto com a Petrobras. E tem o compromisso de se for adjudicado o contrato vai ter uma contribuição muito importante para o partido. Olhando pra mim, porque eu é que teria de abençoar esse compromisso. Falei que estou de acordo. Vamos contribuir."

    "Eu simplesmente confirmei que honraria o compromisso"

    Um procurador interrompe: "Ficou claro que era vantagem indevida?"

    "Totalmente vantagem indevida, dr. porque era um percentual em cima de um contrato. Ninguém falou em diretório municipal, estadual, nada. Era um percentual de um contrato", respondeu Faria.

    O presidente Michel Temer gravou um vídeo para responder às acusações. Ele disse que a alegação é mentirosa. Veja aqui:

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