Em março, quando veio à tona a lista do Janot — deixando boa parte dos políticos em Brasília com medo da própria sombra —, o deputado Paulo Maluf (PP-SP) foi ao Twitter contar vantagem.
O tuíte ressurgiu nesta terça (11), quando o ministro do STF Edson Fachin retirou o sigilo da delação da Odebrecht.
E no fim das contas Maluf foi, sim, citado por um dos delatores.
Ex-presidente da Odebrecht, o executivo Pedro Novis disse em sua delação que Maluf recebeu propina por dois contratos quando era governador de São Paulo, entre 1979 e 82.
Em um trecho do depoimento dedicado à corrupção praticada pela Odebrecht nos anos 1980 e 90, Novis elencou sete ex-governadores que teriam recebido recursos ilegais em troca de contratos nesse período.
No caso de Maluf, o dinheiro teria sido pago a intermediários dele em troca dos contratos das obras da ferrovia Campinas-Santos e da usina hidrelétrica Nova Avanhandava, ambas construídas quando ele era governador.
Em todos os casos, o Ministério Público Federal considerou que as afirmações eram insuficientes para abrir um inquérito. Como são crimes que teriam sido praticados há mais de três décadas, mesmo que comprovados, eles já estariam prescritos.