Num rápido pronunciamento neste sábado, o presidente Michel Temer refutou as acusações que pesam sobre ele.
A estratégia do peemedebista foi desqualificar a gravação feita por Joesley Batista em que diversos crimes foram abordados na conversa entre o dono da JBS e o presidente, no palácio do Alvorada, no último dia 7 de março.
Segundo Temer, o áudio foi editado e, por isso, alegou, pediu perícia do material e a suspensão de seu inquérito no Supremo Tribunal Federal.
"Essa gravação clandestina foi manipulada e adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos. Incluída no inquérito, sem a devida e adequada verificação, levou muitas pessoas ao engano induzido e trouxe grave crise ao Brasil", disse.
Temer criticou o Ministério Público por usar a gravação e disse que o dono da JBS é um “conhecido falastrão exagerado”.
O presidente também disse que Joesley usou sua delação para comprar dólares e vender ações antes da queda nas bolsas que seria gerada pela divulgação de sua colaboração.
Temer ainda comentou que, apesar de tudo, Joesley está "livre e solto, passeando pelas ruas de Nova York", após prejudicar a economia nacional.
"Ele não passou nenhum dia na cadeia, não foi preso, não foi julgado. Não foi punido. nem julgado. E, pelo jeito, não será. Cometeu, digamos assim, o crime prefeito", criticou.
E continuou: "Graças a essa gravação fraudulenta e manipulada, especulou contra a moeda nacional."
Segundo Temer, o grupo de JBS comprou 1 bilhão de dólares antes de vazar a gravação, "sabendo que isso provocaria o caos no câmbio".
Ainda conforme o presidente, Joesley vendeu ações do grupo na bolsa, antes da queda do preço das ações da empresa provocada pelo escândalo.
O presidente reconheceu trechos da conversa, mas disse que não "acreditou" quando Joesley relatou crimes como a suposta compra de dois juízes e um procurador. "Ele é um conhecido falastrão", disse.
Quando um servidor público toma conhecimento de indícios de crime, contudo, ele deve denunciar o fato à autoridade competente sob o risco de cometer ele próprio o crime de prevaricação.
Temer encerrou o discurso, dizendo que vai continuar à frente do governo. Ele saiu sem responder perguntas dos jornalistas.