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Joesley diz que guardou US$ 150 milhões para o PT no exterior

Dono da JBS e delator da Lava Jato disse que acordo era com o ex-ministro Guido Mantega e que recursos foram zerados na campanha de reeleição de Dilma, em 2014.

Joesley Batista, dono da JBS e delator da Lava Jato, afirmou em sua delação premiada que destinou US$ 150 milhões em propina para o PT em contas no exterior. "Teve duas fases, a do presidente Lula e a da presidente Dilma", contou o empresário, que afirmou negociar tudo, diretamente, com o ex-ministro da Fazenda do PT Guido Mantega.

A pedido de Mantega, Joesley guardava esse dinheiro em suas próprias contas no exterior, para que o então ministro pedisse os valores quando era necessário. "Você credita (os valores). Vai ficar contigo. Se eu precisar, eu te falo", teria dito o ministro a Joesley, segundo o delator.

"Na fase do presidente Lula chegou a uns US$ 80 milhões. Na da Dilma, chegou a uns US$ 70 milhões. Ao contrário: 70 na do Lula e 80 na da Dilma", disse o empresário aos investigadores.

De acordo com Joesley, o dinheiro ficava em contas que ele mesmo já possuía no exterior. "Eram umas continhas, que eu mesmo controlava. Eu tinha uma, depois eu abri outra", disse ele.

Uma conta para a época de Lula e outra para a de Dilma

O delator contou que, quando Dilma venceu a eleição em 2010, Mantega disse que o dinheiro deveria passar a ser depositado em uma nova conta porque a anterior era de Lula. E que a conta de Lula ficou parada com um saldo.

Joesley disse que estranhou a ordem e que perguntou a Mantega:

"Vem aqui, eles sabem disso?_ curioso, né?_ O Lula sabe disso? A Dilma sabe?"

E que o petista respondeu:

"Sabe, sim. Eu falo tudo para eles."

Ele afirmou que não se "aprofundou" para saber se as contas eram pessoais de Lula e Dilma ou se eram de seus governos.

O delator contou aos investigadores que, a pedido de Mantega, teria feito apenas duas retiradas desde 2009, quando começou a negociar com o então ministro. Uma delas para investir em uma empresa que não deu certo. O dinheiro das duas contas, no entanto, foi depois todo usado na campanha de reeleição de Dilma em 2014.

Lula e Dilma negam

Em nota, a defesa de Lula de negou envolvimento com o caixa dois mencionado por Joesley. "Verifica-se nos próprios trechos vazados à imprensa que as afirmações de Joesley Batista em relação a Lula não decorrem de qualquer contato com o ex-presidente, mas sim de supostos diálogos com terceiros, que sequer foram comprovados."

"A verdade é que a vida de Lula e de seus familiares foi - ilegalmente - devassada pela Operação Lava Jato. Todos os sigilos - bancário, fiscal e contábil - foram levantados e nenhum valor ilícito foi encontrado, evidenciando que Lula é inocente. Sua inocência também foi confirmada pelo depoimento de mais de uma centena de testemunhas já ouvidas - com o compromisso de dizer a verdade - que jamais confirmaram qualquer acusação contra o ex-Presidente", continua a defesa, que conclui: "a referência ao nome de Lula nesse cenário confirma denúncia já feita pela imprensa de que delações premiadas somente são aceitas pelo Ministério Público se fizerem referência - ainda que frivolamente - ao nome do ex-presidente".

Por meio de sua assessoria de imprensa, a ex-presidente Dilma também negou a denúncia, considerando as declarações de Joesley "improcedentes e inverídicas".

"Dilma Rousseff jamais tratou ou solicitou de qualquer empresário ou de terceiros doações, pagamentos e ou financiamentos ilegais para as campanhas eleitorais, tanto em 2010 quanto em 2014, fosse para si ou quaisquer outros candidatos", afirma a nota, que finaliza: "Dilma Rousseff jamais teve contas no exterior. Nunca autorizou, em seu nome ou de terceiros, a abertura de empresas em paraísos fiscais. Reitera que jamais autorizou quaisquer outras pessoas a fazê-lo. Mais uma vez, Dilma Rousseff rejeita delações sem provas ou indícios. A verdade virá à tona".

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