Eduardo Cunha é "problema do juiz, não meu", diz presidente da Câmara

    Rodrigo Maia (DEM-RJ) diz que “a agenda do país não pode ser a prisão da semana” e que reformas devem seguir mesmo que Cunha envolva "50 deputados".

    O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou nesta segunda-feira que uma eventual delação do ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ) "não vai parar o país" nem que envolva "50 deputados e 15 empresas".

    Em São Paulo para encontro com empresários, ele disse que a prisão do ex-colega não é problema dele e que "a agenda do país não pode ser a prisão da semana" por causa da Lava Jato.

    A declaração sobre 50 deputados foi feita em uma reunião pela manhã com economistas em São Paulo e divulgada pelo Globo. Mais tarde, em reunião com empresários, Maia disse à imprensa que falou "em tese".

    "Ele (Cunha) pode ter feito o que estão dizendo, com 50 deputados e empresas, que cada um vai ter de responder pelos seus atos no futuro", disse o parlamentar.

    O deputado disse que seu antecessor não tem mais influência no governo nem no Congresso, o que seria um dos argumentos para a decretação da prisão preventiva de Cunha. Questionado se considerava a prisão necessária, Maia rifou o ex-deputado. "Vou responder em 30 segundos. Esse é um problema do juiz, não é meu. Quem decide fazer a prisão preventiva de quem não tem foro (privilegiado) é o juiz. Ele tomou a decisão, ela está tomada."

    Maia aproveitou o almoço com empresários organizados pelo Lide, grupo do prefeito eleito João Doria (PSDB) para passar um pito no Planalto que, segundo ele, fala demais.

    Depois de negar uma crítica palaciana de que, como presidente da Câmara, estava colocando as "manguinhas de fora", Maia disse aos empresários: "O governo tem de parar de deixar o Palácio do Planalto falar. O Planalto não fala. Quem fala é o presidente ou seu porta-voz. Quanto menos o Planalto falar, melhor para o Brasil".

    Maia também criticou a ação policial no Senado que culminou com a prisão do diretor e de agentes da Polícia Legislativa do Congresso na sexta-feira (21). "Não sei se um juiz de primeira instância pode autorizar uma entrada (da polícia) no Senado. Se pode para o Supremo, se pode para o Palácio. Porque se pode para um, pode para todos".

    O presidente da Câmara criticou ainda o "mérito" da investigação contra os policiais legislativos, que foram acusados de fazer varreduras nas casas dos senadores investigados na Lava Jato. "Tenho muitas dúvidas se a ação da Polícia Legislativa estava errada. Porque a Constituição preserva o sigilo das informações do parlamentar, se em algum momento a polícia estava trabalhando para evitar grampos ilegais e coisa que o valha", disse Maia.

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