Tem um jogo de empurra na escolha do novo presidente do PT

    Com a crise, está difícil encontrar um presidente para o partido que ficou no governo por 13 anos. Lula, Haddad, Jaques Wagner e Lindbergh Farias já jogaram a batata quente para lá.

    Fora do poder, endividado e derrotado nas urnas, PT vive um jogo de empurra-empurra na tentativa de encontrar o substituto de Rui Falcão para presidir o partido na maior crise da sua história.

    Único nome de consenso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já mandou avisar que não quer o cargo. O prefeito Fernando Haddad, que passou a ser cogitado como alternativa, também dispensou o convite informal.

    Criticado pela esquerda do partido, que pede sua saída imediata, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, já declarou que não quer continuar no comando do partido e que abre mão do cargo tão logo seja escolhido um novo presidente. Seu mandato vence no ano que vem.

    Desde o impeachment de Dilma Rousseff, em agosto, os petistas discutem o nome do sucessor de Falcão. Lula não gostou da ideia e sugeriu o ex-ministro baiano Jaques Wagner. Ele é do mesmo grupo político de Lula, a Construindo um Novo Brasil (CNB). Wagner também não quis.

    Sem Wagner na lista, os petistas sugeriram o senador Lindbergh Farias, do Rio. Lindbergh também é da CNB, que é a ala majoritária do PT, mas agradou também o grupo de Rui Falcão, chamado Novo Rumo. Para essa parte dos petistas, o partido precisa agora de uma figura que brigue pela legenda; e o nome de Lindbergh ganhou força devido ao seu lado mais aguerrido, mostrado na tribuna do Senado.

    Pelo menos para os jornalistas, Lindbergh diz que não pensa em ser presidente do PT e agora começou a fazer rasgados elogios ao prefeito de São Paulo, Fernando Haddad que, para ele, é um nome tão bom que poderia até ser o candidato à Presidência em 2018.

    Ligado à segunda maior força do PT, a Mensagem, o ex-ministro Tarso Genro lançou esta semana na coluna "Painel", da Folha de S. Paulo, Haddad para presidente do partido. Genro diz desde 2005 que o PT precisa de uma "refundação", presidiu a sigla na época, mas nada foi refundado.

    Haddad não quer. Pessoas de seu entorno afirmaram ao BuzzFeed Brasil que o prefeito não acredita em refundação e o têm aconselhado a não liderar o partido que consideram "espatifado".

    Haddad defende publicamente que haja um "reagrupamento" das forças de esquerda do país e presidir o PT não estaria nos seus planos.

    Há ainda alguns nomes circulando entre os petistas, entre eles o do ex-ministro Alexandre Padilha e o do presidente estadual do PT de São Paulo, Emídio de Sousa. "As pessoas lembram nomes e falaram no meu. Mas isso não está colocado nem na CNB", disse Emídio ao BuzzFeed Brasil.

    Mais que não ter um nome para suceder Rui Falcão, o PT não consegue se acertar sequer sobre a data e o modo de sucessão. Pelas normas internas, o presidente deve ser escolhido por uma eleição direta, mas um grupo grande de dirigentes agora quer que o nome seja debatido no congresso do partido, ainda sem data, no ano que vem.

    Em novembro, o PT faz mais um encontro dos quase cem integrantes do diretório nacional para discutir como será a escolha do novo nome e definir o calendário do ano que vem. Enquanto isso, Falcão permanece na presidência.

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