Em discurso à militância nesta quinta (25), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que "dormiu bem" após a condenação pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
"Sabe por quê? É o sono de quem tem a consciência limpa", afirmou Lula à plateia na sede da CUT (Central Única dos Trabalhadores), onde o PT realizou um evento para lançar a candidatura dele à Presidência.
Em outro momento do discurso, o ex-presidente disse que ele o PT perderam "no Jornal Nacional", mas venceram "na consciência do povo brasileiro".
"É por isso que eu tô alegre — alegre não é a palavra —, é por isso que eu tô tranquilo, com a consciência tranquila", afirmou.
O petista acusou os desembargadores João Pedro Gebran Neto, Leandro Paulsen e Victor Laus, que o julgaram ontem, de terem formado um cartel.
"Eles formaram um cartel para tomar uma decisão com o pretexto de tentar apressar, naquilo que for necessário apressar, a possibilidade de que o PT tenha o Lula como candidato à Presidência da República", afirmou.
Lula reafirmou em diversos momentos que irá provar sua inocência. "Mesmo os amigos da gente, quando a gente é denunciado, num primeiro momento a pessoa fala: 'E se for?'. Não é uma coisa simples, você andar na rua e alguém gritar que você é ladrão", continuou.
"Eu não posso aceitar que um canalha qualquer nesse país me chame de ladrão."
Antes de Lula ir ao microfone, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, o apresentou como "o próximo presidente da República". Em seu discurso, o petista disse que não quer ser lançado para "se proteger".
"A minha proteção é a minha inocência. Dom Pedro criou o Dia do Fico, eu crio agora o Dia do Aceito, eu aceito ser candidato", disse.
Lula também fez referência à viagem que fará à Etiópia, na madrugada desta sexta (26). Ele disse que, antes, seus detratores o acusavam de ter um plano para fugir para a Europa — mas não dizem o mesmo desta vez. "Nossos adversários são ignorantes: eles nem ousam, nem admitem, que alguém possa ir para a Etiópia para ficar exilado."
Ele encerrou o discurso dizendo que seus únicos delitos foram "ser do PT" e "gostar de pobre".