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Pato da Fiesp ressuscita poupando Temer

A entidade patronal centrou fogo no ministro da Fazenda, mas omitiu Temer, que é aliado do presidente Paulo Skaf (PMDB). Governo aumentou alíquotas cobradas sobre combustíveis.

Comandada por Paulo Skaf (PMDB), correligionário e aliado do presidente Michel Temer, a Fiesp ressuscitou um personagem que os brasileiros não viam desde o impeachment de Dilma: o pato de borracha que virou símbolo das manifestações anti-PT.

O retorno do pato foi ocasionado pela decisão do governo de dobrar as taxas de PIS e Cofins cobradas em combustíveis. A decisão fez o litro da gasolina atingir R$ 4,19 nas bombas.

Desta vez, a Fiesp poupou Temer de citações, e centrou críticas no ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD).

Em uma carta aberta publicada hoje nos principais jornais do país, Skaf diz: "Há apenas 3 meses, cobramos publicamente o ministro da Fazenda sobre suas declarações de que pretendia aumentar impostos. Nesta semana, ficamos indignados com o anúncio da alta de impostos sobre os combustíveis."

Skaf é próximo de Temer, que foi um dos principais defensores da candidatura dele ao governo paulista pelo PMDB, em 2014.

Em depoimento, Marcelo Odebrecht afirmou que sua empresa pagou R$ 10 milhões ao "grupo de Temer" em 2014, dos quais R$ 6 milhões foram destinados à campanha de Skaf. O acordo teria ocorrido em um jantar com a presença de Temer.

"Era comum, em toda eleição os caciques dos partidos pediam recursos para seu grupo de apoio”, afirmou o empreiteiro.

Em março de 2016, pouco antes da votação do impeachment de Dilma pela Câmara — que ocasionaria seu afastamento —, a Fiesp fez campanha abertamente pela queda da petista.

A posição foi questionada por diretores da própria entidade.

Em junho, ao ser perguntado sobre denúncias contra Temer, Skaf disse: "Não cabe à Fiesp falar sobre renúncia de presidente."

A primeira encarnação do pato ocorreu em setembro de 2015.

À época, o governo Dilma tentava fazer um ajuste fiscal — que, como se sabe, não foi concretizado. A volta da CPMF, tributo cobrado em operações financeiras, era uma das possibilidades.

A campanha foi lançada com eventos em São Paulo e no Congresso, em Brasília. O marqueteiro responsável era Renato Pereira, que fez as campanhas de Aécio Neves (PSDB) à Presidência e Eduardo Paes (PMDB) à Prefeitura do Rio.

"Como todo brasileiro, você paga muito imposto e recebe muito pouco em troca", dizia a propaganda nos jornais.

"O governo, em vez de cortar as despesas, quer passar a conta adiante, aumentando ainda mais os impostos. E aí, vai pagar o pato mais uma vez?", conclui o anúncio.

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