Candidato ao governo de São Paulo pelo PMDB em 2014, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, não quis comentar a prisão do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, uma dos principais expoentes de seu partido, nesta quinta-feira (17), em mais um desdobramento da Operação Lava Jato.
"Quero deixar claro que não sou da Polícia Federal, nem do Ministério Público, muito menos da Justiça. Confio nas instituições brasileiras, na Justiça. E cabe à Justiça julgar as pessoas. Não cabe a mim julgar as pessoas."
Questionado durante uma coletiva de imprensa, Skaf disse que está mais preocupado com a retomada do crescimento e que o caso de Cabral é um problema da Justiça: "Não é por que saíram notícias, que eu tenho mínimo conhecimento, que tenho que me manifestar a respeito, principalmente porque mexem com as pessoas. Agora todos nós somos iguais perante a lei. As instituições estão mostrando que estão funcionando, é importante que continuem funcionando. Talvez você precise discutir isso com essas instituições."
Uma das repórteres insistiu, comentando que ele não estaria usando dois pesos e duas medidas, já que foi uma das principais lideranças pelo impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT). Neste ponto, Skaf disse que o questionamento deveria ser feito ao sistema judiciário e não a ele.
"O papel do presidente da Fiesp não é julgar ninguém", disse.
Paulo Skaf também voltou a negar acusações do publicitário Duda Mendonça de caixa dois via propinas da Lava Jato. Segundo a Folha, o publicitário teria procurado a Procuradoria Geral da República voluntariamente para fazer uma delação premiada e teria citado uma suposta caixa dois da campanha de 2014 de Skaf na campanha ao governo do estado paulista.
"Todas as minhas doações de campanha estão declaradas no TRE, o que é público. E não tenho mais nada a dizer sobre isso", disse Skaf.