A Polícia Militar do Rio vai punir com prisão e sanções administrativas os dois policiais militares do Batalhão de Choque que foram flagrados nesta quarta (16) deixando seus lugares no cerco aos manifestantes que protestavam nas proximidades da Assembleia Legislativa (Alerj) contra o pacote de austeridade do governo.
Eles abandonaram o posto depois que o Choque reprimiu o protesto, formado majoritariamente por policiais e bombeiros da ativa e aposentados, com jatos d'água e bombas de gás, contou o estudante Julio Trindade, que filmou o episódio.
Os dois policiais deixaram o posto mas não se juntaram aos manifestantes, segundo o estudante. No vídeo, um deles recusa cumprimentos e deixa o local.
No entanto, usando o mesmo vídeo, o jornal "O Globo" escreveu que os dois se juntaram ao protesto. Já o Extra informou que eles estariam presos administrativamente.
Uma fonte da Secretaria de Segurança do Rio informou ao BuzzFeed Brasil que os dois policiais serão presos e punidos com sanções administrativas. Oficialmente, a Polícia Militar informou que ainda apura a circunstância do ocorrido.
Nesta segunda-feira, começou com forte protesto a votação do pacote de austeridade do governador Luiz Fernando Pezão para corte de gastos do governo, que prevê graves restrições orçamentárias, com reflexo nos benefícios e salários dos funcionários e fim de programas sociais.
Jornalistas agredidos
Durante o protesto, jornalistas foram agredidos por manifestantes. O repórter Caco Barcellos, do programa Profissão Repórter, da TV Globo, levou chutes e, segundo a emissora, foi impedido de trabalhar. Em nota, a TV afirmou que "repudia qualquer tipo de hostilidade que impeça a transmissão da notícia ao espectador, único fim do trabalho jornalístico da Globo, que preza pela isenção e correção.” O repórter Guilherme Ramalho, do jornal O Globo, levou chutes e ficou ferido na canela. Ao se esquivar de um soco, perdeu os óculos.