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Não, o avião da cocaína não tem nada a ver com a fazenda do ministro

PF diz que GPS da aeronave apontou a decolagem na Bolívia, não no Mato Grosso, onde fica a fazenda administrada pela família do ministro Blairo Maggi. Preso, o piloto disse que apresentou um plano de voo falso para a FAB.

O avião com 634 quilos de cocaína que foi interceptado por um caça da Força Aérea Brasileira (FAB) saiu da Bolívia e não da fazenda ligada à família do ministro da Agricultura, Blairo Maggi. A Polícia Federal (PF) de Goiás informou ao BuzzFeed Brasil que esses dados foram registrados pelo GPS da aeronave.

Na noite desta segunda (26), a PF prendeu o piloto do bimotor, Apoena Índio do Brasil, e o copiloto, Fabiano Júnior da Silva. Em depoimento, Apoena disse para a polícia que apresentou um plano de voo falso ao ser abordado pelo piloto do caça.

No domingo, a Força Aérea divulgou que o avião havia decolado da Fazenda Itamarati Norte, no Mato Grosso. A fazenda foi arrendada pela família do ministro. O ministro reclamou hoje que a FAB foi precipitada e não teve sensibilidade para divulgar o assunto.

Ontem pela manhã, a FAB já havia corrigido a afirmação de domingo, dizendo que o local da decolagem havia sido informado pelo próprio piloto que, depois de um pouso forçado em Goiás, fugiu deixando o avião com a carga. Em nota, a FAB afirmou que o local da decolagem ainda estava sob investigação.

A Polícia Federal de Goiás prendeu o piloto e o copiloto em Itapirapuã (GO), a 40 quilômetros de onde o avião foi abandonado, em Jussara (GO). Segundo reportagem da TV Anhanguera, o copiloto disse ser o dono da carga e afirmou que teria pago R$ 90 mil para o piloto levar a droga.

O delegado do caso, Bruno Gama, ainda vai investigar quem é o verdadeiro dono da droga, avaliada em torno de R$ 10 milhões. Gama não descarta que o destino dos entorpecentes fosse outros países onde a droga custa mais caro. Na Bolívia, o quilo de cocaína está entre US$ 800 e US$ 1 mil.

Apesar de a maioria da cocaína boliviana entrar no país como pasta-base, o carregamento deste avião é de cocaína em pó, que estaria pronta para o consumo.


Em entrevista à Rádio Capital, o ministro disse nesta terça-feira que "faltou sensibilidade" da Força Área que, segundo ele, se precipitou ao divulgar o nome da propriedade sem a devida confirmação.

“Acho que por parte da FAB faltou um pouco de sensibilidade de entender que existe política envolvida nisso, que existe uma empresa envolvida, e ter, no mínimo, aguardado o posicionamento do piloto para depois dizer de onde saiu a aeronave ou não", disse o ministro, conforme reportou o site Midia News.


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