Anunciado pelo Twitter pela deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), o apoio do PSL à reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na presidência da Câmara afastou um possível apoio do PT ao atual presidente da Casa. Com 56 deputados, o PT tem a maior bancada da Câmara; o PSL, com 52, tem a segunda.
Joice tuitou ontem que o apoio do PSL a Maia formaria um bloco de sustentação ao governo Bolsonaro.
Ao defender a aliança com Maia, ela afirmou aos seus seguidores que a outra opção seria "afundar o governo". "Fazer beicinho de criança birrenta e prejudicar milhões de brasileiros por isso? Brincar de polianas?", escreveu a deputada.
O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), afirmou hoje ao BuzzFeed News que o apoio do PSL, ainda mais como forma de garantir a aprovação de pautas do governo, dificulta um apoio do PT à candidatura de Maia.
"A pergunta que se tem de fazer é se Maia tem condições de ser independente do governo Bolsonaro. O problema não foi só a declaração de apoio do PSL, mas a manifestação da Joice, as afirmações de que o PSL vai ficar com a Comissão de Constituição e Justiça entre outras importantes. Essas manifestações demonstram uma disposição da qual nem devemos passar perto", disse Pimenta.
Pimenta elogiou a candidatura de Marcelo Freixo (PSOL) em contraponto a de Rodrigo Maia, mas afirmou que, no momento, o PT está preocupado em formar um bloco de oposição com os dois partidos, mais PC do B, PSB e o PDT, de Ciro Gomes, que, anteriormente, tentara criar um bloquinho sem o PT.
A ideia é juntar uma bancada de 150 parlamentares. "Freixo é um excelente nome, mas antes precisamos constituir essa aliança", disse, acrescentando: "em nenhum momento o PT está tentando colocar um nome da legenda à frente desse grupo".