Depois de receber o apoio do PSL de Jair Bolsonaro para sua reeleição como presidente da Câmara, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse que a aliança se deu com o partido, e não com o governo.
Por isso, os planos de atrair siglas de oposição — como PT, PDT e PC do B — para seu bloco de sustentação não foram alterados.
“Quero fazer um bloco da Casa, que todos os partidos participem. Tem que ter solução matemática com PT e PSL participando. Não trouxemos o PSL para trazer o governo, foi uma articulação partidária”, disse ao BuzzFeed News.
Admitindo que a chegada do PSL pode dificultar a aliança com o PT – tendo em vista que a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, já anunciou até mesmo uma eventual candidatura de posição –, Maia comentou que o entendimento não é impossível e já está agendando conversas com a legenda.
“Vou procurá-los na semana que vem para dialogar”, disse.
O presidente ainda destacou que nas conversas com os partidos de oposição ao governo não haverá surpresas, que ele quer fazer uma “Câmara para todos”, mas que as legendas têm clareza de suas posições econômicas para 2019.
“A Casa é de todos, não é de um lado nem de outro. E todos sabem de minha agenda econômica, que vou votar a reforma da previdência”.
IMBRÓGLIO
A articulação de Maia com o PSL resolve o problema do presidente com o novo governo, mas cria tumulto em sua atual base de sustentação.
Na nova equação, a primeira vice-presidência da Casa deve ficar com o PRB e ter Celso Russomanno no cargo, e a segunda vice com o PSL, cargos atualmente ocupados pelo MDB e PP.
Devido a isso, há risco de rebelião nas duas legendas.
No MDB, o atual vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (MG), já demonstrou sua disposição para a disputa pela presidência da Casa.
As tratativas com o MDB ainda devem demorar para acontecer, já que o líder da sigla, Baleia Rossi, deixou Brasília nesta tarde e entrará num curto período de férias.