Por seis votos a um, o relatório final da CPI da Merenda foi aprovado nesta terça-feira sem responsabilizar nenhum político. Na sessão final da comissão, dominada pela base do governador Geraldo Alckmin (PSDB), houve confusão.
O pivô do escândalo das fraudes em licitações de distribuição de merenda escolar, que se arrasta há mais de um ano, é o presidente da Assembleia Legislativa (Alesp), Fernando Capez (PSDB).
Citado por delatores como destinatário de propina nos contratos da merenda, o tucano foi citado pelo relatório do deputado Estevam Galvão (DEM). Capez sempre negou envolvimento.
Estudantes foram expulsos do auditório a mando do presidente da CPI, Marcos Zerbini (PSDB). Dois deles foram retirados por policiais militares e, detidos, levados a uma delegacia. Deputados da oposição tentaram impedir a retirada.
Veja o vídeo aqui:
A confusão começou quando o deputado Barros Munhoz (PSDB), da base de Alckmin, afirmou em discurso: “Nunca vi uma CPI que tivesse tão bom resultado”.
Os jovens começaram a rir e se manifestar. Zerbini mandou então que os policiais retirassem à força os dois jovens e depois todos os estudantes foram obrigados a sair.
Único integrante de oposição na CPI, o deputado Alencar Santana (PT) apresentou um relatório paralelo que pedia à Procuradoria Geral de Justiça medidas civis e criminais contra Capez.
O texto da oposição afirma que o Estado teve um prejuízo de pelo menos R$ 8,2 milhões em um dos contratos de merenda investigados.