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Defesa de Temer diz que áudio de Joesley é "imprestável"

Na sexta, antes de ser contratado por advogado de Temer, perito Ricardo Molina havia declarado que perícia completa dependeria de verificação do gravador de Joesley. Agora, diz que o áudio é inútil.

Contratado pela defesa de Michel Temer, o perito Ricardo Molina disse que a gravação do empresário Joesley Batista com o presidente não tem validade jurídica e que tem dezenas de interrupções.

Trata-se de uma sequência à estratégia da defesa do presidente de desqualificar o áudio entregue pelo dono do grupo JBS aos procuradores e que originaram a investigação autorizada pelo STF.

Embora a defesa do presidente insista que o áudio é a única prova contra Temer, a Procuradoria-Geral da República anexou outras provas ao inquérito. São elas: os depoimentos dos delatores da JBS e as provas produzidas pela Polícia Federal nas operações controladas.

Nesta segunda, a Polícia Federal informou que o dono da JBS usou dois gravadores nas conversas comprometedoras com Temer e com o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). O primeiro foi entregue hoje; o segundo, que está no exterior, deverá chegar à PF nesta terça.

O ministro Edson Fachin, do STF, requereu uma perícia oficial no áudio – é esta perícia a que vale. Nesta segunda (22), a defesa de Temer retirou o pedido de suspensão do inquérito.

Assertivo, o perito da defesa de Temer, Ricardo Molina, chegou a comparar o áudio entregue à Procuradoria-Geral da República a uma foto de ovni – "que nunca está no foco" – ou com um pedaço de carne estragada, que deve ser jogado no lixo. Segundo ele, o áudio é uma "prova imprestável."

"Perito não tem que ficar fazendo força para provar autenticidade, se a prova é ruim, é ruim", diz Molina, perito contratado pela defesa de Temer.

Foi uma mudança importante do perito. Na sexta, antes de ser contratado pela defesa do presidente, Molina havia dito ao jornal Folha de S.Paulo que não era possível fazer uma perícia confiável sem ter acesso ao gravador usado por Joesley. Confrontado com o que disse antes, o perito disse que não se lembrava da declaração.

Molina acusou a Procuradoria de ser "ingênua" e "incompetente" ao iniciar uma investigação baseada num "áudio inútil". Molina desdenhou os dois servidores da PGR que analisaram o áudio – "se ficassem na minha frente aqui, iriam gaguejar" porque "não entendem nada de áudio."

Em seus dois pronunciamentos públicos e na entrevista concedida ao jornal Folha de S.Paulo, o presidente não negou nem o encontro com o Joesley nem os temas ali discutidos – como a suposta compra de juízes e de um procurador e a indicação de Rodrigo Rocha Loures (o deputado do PMDB/PR filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil).

O presidente disse que não denunciou os crimes admitidos por Joesley na conversa porque o empresário é um "falastrão" e disse ter indicado Rocha Loures como interlocutor para ouvir as "lamúrias" do empresário. Sobre a filmagem com o deputado recebendo o dinheiro de propina, Temer disse apenas que "esse gesto não é aprovável."

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