Faltou pouco para Jair Bolsonaro (PSL) liquidar a eleição no primeiro turno. O deputado alcançou 46,70% dos votos e desponta como franco favorito na disputa da etapa final contra o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), que teve 28,37%.
Com 95,57% das urnas apuradas, vieram na sequência Ciro Gomes (PDT), com 12,52%, Geraldo Alckmin (PSDB) teve 4,83%, sendo seguidos por João Amoêdo (Novo, 2,58%), Henrique Meirelles (MDB), Cabo Daciolo (PAT) e Marina Silva (Rede), todos com 1% dos votos.
Houve uma forte divisão do país no primeiro turno. Bolsonaro venceu em todos os Estados do país, com exceção do Nordeste e de um Estado do Norte. Haddad venceu em oito das 9 unidades nordestinas (no Ceará, o mais votado foi Ciro Gomes) e no Pará.
No esteio da onda Bolsonaro, houve um tsunami conservador nas votações para o Congresso.
Dos cinco deputados federais mais votados de São Paulo, três são apoiadores do capitão – o campeão de votos foi o filho do presidenciável Eduardo Bolsonaro, seguido pela ativista de direita Joice Hasselmann, ambos do PSL. No Rio, o PSL elegeu três dos cinco deputados com o maior número de votos. Em Minas, o mais bem colocado também saiu das fileiras do PSL.
Por outro lado, nomes simbólicos para o PT ficaram fora do Senado: Eduardo Suplicy (SP), Lindbergh Farias (RJ) e a ex-presidente Dilma Rousseff (MG). O governador Fernando Pimentel (MG) nem foi ao 2º turno.
Outro filho do capitão, Flávio Bolsonaro, foi eleito senador pelo Rio e Major Olímpio, coordenador da campanha do presidenciável em São Paulo, foi o senador mais votado de São Paulo.
Antipetismo e ausência nos debates
A votação deste domingo (7) encerrou o primeiro capítulo da eleição mais polarizada da história recente.
Tudo indica que no segundo turno uma disputa entre as duas maiores forças políticas do país: o antipetismo encarnado por Bolsonaro e o PT do ex-presidente Lula, que tem Haddad como seu representante.
Além de ter chegado mais perto de liquidar a fatura no primeiro turno, Bolsonaro sai na frente porque tem os palanques dos favoritos para vencer em mais Estados, principalmente no populoso Sudeste.
Se a polarização é o dado concreto, o segundo turno terá elementos diferentes. A começar por tempo de televisão: no primeiro turno, Bolsonaro tinha somente 8 segundos e vinha fazendo sua campanha fortemente focada nas redes sociais. Agora, ele e Haddad terão o mesmo tempo.
Outro dado importante são os debates. Por conta da recuperação à facada que levou em setembro, Bolsonaro não foi aos debates mais importantes da reta final.