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Operador do PSDB chegou a guardar R$ 110 milhões em dinheiro vivo, diz força-tarefa

É mais que o dobro do bunker do Geddel. Com medo de o dinheiro embolorar, Paulo Preto colocava notas para secar ao sol, disse doleiro delator.

Os investigadores da Lava Jato, que hoje prenderam Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, afirmaram que o ex-executivo do governo tucano em São Paulo guardava em dinheiro vivo entre R$ 100 milhões e R$ 110 milhões. O dinheiro ficava em dois lugares, um deles um apartamento que, segundo testemunhas, tinha um cômodo só para guardar as cédulas.

"É o dobro do bunker do Geddel [Vieira]", disse o procurador da República Roberson Pozzobon.

Para efeito de comparação, o bunker do ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) em Salvador tinha R$ 51 milhões. Geddel, ligado ao ex-presidente Michel Temer, também está preso.

Em um dos endereços de Paulo Preto, no quarto usado só para guardar dinheiro, havia muita umidade, contou o doleiro delator Adyr Assad, que foi quem chamou Paulo Preto para entrar no esquema de distribuição de propinas da Odebrecht para executivos e políticos ligados a Petrobras.

Como o quarto era úmido, Adyr disse ter visto várias vezes o próprio Paulo Preto colocando as notas ao sol para secarem. O medo era de tanto dinheiro embolorar.

Segundo a PF, Paulo Preto ainda tem escondido mais de R$ 130 milhões — dinheiro que, segundo a polícia, tem origem em propinas pagas por empreiteiras em troca de obras dos governos tucanos de SP.

Ele é réu em dois processos em São Paulo, também da Lava Jato, que tratam desses desvios. Paulo Preto foi presidente da Dersa em São Paulo.

Segundo a PF, foi possível identificar, entre 2007 e 2010, depósitos diretos nas contas bancárias de Paulo Preto por parte do doleiro Adyr Assad e de offshores ligadas à Odebrecht. Depois, as operações ficaram mais sofisticadas, com transações financeiras para contas na Ásia.

O procurador Pozzobon afirmou ainda que, na ocasião de um desses depósitos feitos pela Odebrecht numa conta ligada a Paulo Preto na Suíça, foi gerado um cartão de crédito que seria destinado ao ex-chanceler do governo Temer Aloysio Nunes. Aloysio Nunes, um dos fundadores do PSDB, na ocasião estava hospedado em um hotel em Barcelona, para onde o cartão foi enviado.

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