Acusado por ex-fieis de crimes sexuais, o fundador da igreja Reino do Sol, Gê Marques, se diz vítima de má-fé. Quinze mulheres que seguiam o líder religioso elaboraram um documento em que relatam casos de abuso sexual e incitação ao uso de drogas como LSD.
Gê Marques, de 62 anos, originalmente chamado Antonio Alves Marques, fundou a igreja Reino do Sol em São Paulo mesclando o culto do ayahuasca com a umbanda. Nas duas últimas semanas, mulheres que afirmam ter sido vítimas tornaram públicas as denúncias.
Desde 2016, ele é investigado pela polícia por pelo menos dois casos. O inquérito corre em segredo de Justiça. Gê Marques nunca foi chamado a prestar depoimento, segundo seu advogado de defesa, Luiz Eduardo Kuntz.
Em nota enviada ao BuzzFeed News, o advogado afirma que "impressiona a desfaçatez e leviandade como os relatos foram construídos, alterando completamente a verdade, para enxovalhar, com o máximo de dano possível, sua honra e reputação".
Kuntz afirma que as relações entre o guru e os frequentadores da igreja eram de "amizade e proximidade". Gê Marques é o terceiro líder religioso denunciado por ex-fieis nos últimos quatro meses.
Veja a íntegra da nota da defesa de Gê Marques
A respeito da matéria que se pretende publicar acerca de SUPOSTOS casos de abusos e agressões sexuais cometidos por nosso constituído, Sr.
ANTONIO ALVES MARQUES, agradecemos a oportunidade e AFIRMAMOS que, caso seja veiculada nos termos da narrativa que está sendo difundida na imprensa, (I) estará calcada em distorções absolutamente equivocadas e de má-fé, construindo cenários que nunca ocorreram; (II) impressiona a desfaçatez e leviandade como os relatos foram construídos, alterando completamente a verdade, para enxovalhar, com o máximo de dano possível, sua honra e reputação; (III) foram mantidas relações de amizade e proximidade com todos os frequentadores do Reino do Sol, relações estas sempre pautadas pelo respeito e urbanidade; (IV) os fatos, se necessário e oportunamente, serão completamente esclarecidos perante as autoridades competentes e, (V) todos os envolvidos nesta grave e irresponsável acusação serão oportunamente responsabilizados civil e criminalmente.