O presidente nacional do PSC, pastor Everaldo Dias Pereira, foi citado em uma conversa entre o deputado cassado Eduardo Cunha e o ex-ministro Geddel Vieira Lima, ambos do PMDB, como destinatário de R$ 150 mil, que integra os autos da operação Cui Bono?, que apura fraudes na liberação de recursos da Caixa Econômica Federal.
Os investigadores desconfiam também que Geddel, quando vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa, providenciou dinheiro para o PSC de Everaldo.
Pastor da igreja Assembleia de Deus no Rio, Everaldo concorreu à Presidência em 2014. Por afinidade política e religiosa, é muito próximo de Eduardo Cunha, deputado cassado e preso na operação Lava Jato.
A negociação entre Geddel, Cunha e Everaldo foi flagrada em mensagens de SMS entre os três na operação que apura o esquema de propinas para aprovação de empréstimos por parte de Geddel na Caixa entre os anos de 2011 e 2013.
O primeiro ponto levantado pela polícia é sobre a empresa de vigilância Dinâmica, que esperava favores de Geddel na Caixa. Eduardo Cunha diz a Geddel que Everaldo é sócio da empresa. Geddel avisa que o problema foi resolvido.
Em outra ocasião, Cunha explica para Geddel quem manda na empresa: um suposto sócio do pastor, desafeto de Geddel.
Além da relação da Caixa com a Dinâmica, foram captados diálogos sobre supostos repasses para o PSC.
Em conversa com Cunha, em setembro de 2012, Pastor Everaldo conta que está "muito mal" com seu pessoal e cobra providências dos peemedebistas para socorro aos diretórios do PSC na Bahia e em São Paulo. "Desculpa, mas é só o Geddel dar ordem que eu resolvo na sexta", responde Cunha.