Geddel e Cunha falam de R$ 150 mil para o PSC e ajuda para pastor Everaldo

    "Estou muito mal com meu pessoal", cobrou Everaldo em 2012. E Geddel manda Cunha "dar 150 para eles".

    O presidente nacional do PSC, pastor Everaldo Dias Pereira, foi citado em uma conversa entre o deputado cassado Eduardo Cunha e o ex-ministro Geddel Vieira Lima, ambos do PMDB, como destinatário de R$ 150 mil, que integra os autos da operação Cui Bono?, que apura fraudes na liberação de recursos da Caixa Econômica Federal.

    Os investigadores desconfiam também que Geddel, quando vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa, providenciou dinheiro para o PSC de Everaldo.

    Pastor da igreja Assembleia de Deus no Rio, Everaldo concorreu à Presidência em 2014. Por afinidade política e religiosa, é muito próximo de Eduardo Cunha, deputado cassado e preso na operação Lava Jato.

    A negociação entre Geddel, Cunha e Everaldo foi flagrada em mensagens de SMS entre os três na operação que apura o esquema de propinas para aprovação de empréstimos por parte de Geddel na Caixa entre os anos de 2011 e 2013.

    O primeiro ponto levantado pela polícia é sobre a empresa de vigilância Dinâmica, que esperava favores de Geddel na Caixa. Eduardo Cunha diz a Geddel que Everaldo é sócio da empresa. Geddel avisa que o problema foi resolvido.

    Em outra ocasião, Cunha explica para Geddel quem manda na empresa: um suposto sócio do pastor, desafeto de Geddel.

    Além da relação da Caixa com a Dinâmica, foram captados diálogos sobre supostos repasses para o PSC.

    Em conversa com Cunha, em setembro de 2012, Pastor Everaldo conta que está "muito mal" com seu pessoal e cobra providências dos peemedebistas para socorro aos diretórios do PSC na Bahia e em São Paulo. "Desculpa, mas é só o Geddel dar ordem que eu resolvo na sexta", responde Cunha.

    Em diálogo por SMS entre Cunha e Geddel, os peemedebistas reclamam que estão sendo "perturbados" por interlocutores do PSC. "Mas é melhor soltar algo. Eu solto sexta para aliar. Estão apertados", diz Cunha. Geddel responde que precisa saber "como anda o fluxo".

    Apesar de dizer que está "com a corda no pescoço", Geddel manda Cunha dar "150 para eles". Para a PF, são R$ 150 mil.

    Neste diálogo, Geddel diz que aumentou o "fluxo", que, para a PF, é sinônimo de repasse de dinheiro. Nesse caso, Cunha manda ele reduzir o montante.

    Por fim, o último diálogo destacado pelos investigadores mostra Cunha dizendo que a orientação de Everaldo é repassar "direto para o pessoal aí da Bahia". Geddel pergunta se não seria melhor mandar "para a conta deles".

    O BuzzFeed tentou contato com o pastor Everaldo por meio do PSC, mas ainda não obteve resposta.


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