54% dos moradores de SP apoiam velocidade maior nas marginais

    É o que diz a pesquisa da Rede Nossa SP/Ibope sobre mobilidade. Bandeira de Doria, aumento do limite de velocidade foi barrado pela Justiça na sexta-feira.

    Embargado pela Justiça, o aumento da velocidade nas marginais é aprovado por 54% dos paulistanos, diz pesquisa divulgada hoje (24) pela Rede Nossa São Paulo e pelo Ibope.

    O Ibope entrevistou 1.001 moradores da cidade entre 8 de dezembro e 4 de janeiro para a realização do Índice de Referência de Bem-Estar no Município (Irbem), divulgado anualmente pela Rede Nossa São Paulo.

    Entre os que concordam com o aumento da velocidade, destacam-se os moradores que usam carros diariamente ou quase todos os dias, os que raramente usam ônibus, os homens e as pessoas com ensino superior e idade entre 45 e 54 anos. Já os entrevistados que se disseram contrários à medida (41%) têm o perfil de quem raramente usam automóveis, as mulheres e as pessoas acima de 55 anos.

    Américo Sampaio, gestor de projetos da Rede Nossa São Paulo, defende a redução da velocidade.

    Para ele, a defesa da velocidade é um traço cultural. "Somos educados para correr, ter carro. E não é qualquer carro, tem de ser enorme. Quando vêm novos dados, como a redução de acidentes, isso entra em rota de colisão com o que foi aprendido", diz ele.

    A Nossa São Paulo fez apelos ao prefeito Doria para que mantivesse os atuais limites de velocidade, em vista dos resultados. Ele disse que o prefeito argumentou ter estudos que demonstrariam ser possível aumentar a velocidade para os novos limites sem comprometer a segurança.

    "Mas esses estudos não foram propriamente apresentados. Ficou uma coisa nebulosa e não sabemos quais foram os critérios técnicos para fazer essa modificação. Essa foi até a argumentação da Justiça para barrar a medida", disse Sampaio.

    O prefeito João Doria (PSDB) marcou sua campanha com o slogan “Acelera São Paulo”.

    Ele colocou com uma de suas prioridades o aumento da velocidade nas marginais, que havia diminuído no governo de Fernando Haddad (PT). Doria anunciou o aumento da velocidade nas duas marginais, Pinheiros e Tietê, para estar quarta-feira, anIversário da cidade.

    A alteração foi barrada por medida liminar da 4ª Vara de Fazenda Pública de São Paulo, na sexta (20). O juiz Luis Manoel Fonseca Pires atendeu a uma ação movida pela Associação de Ciclistas Urbanos da Cidade de São Paulo (CIclocidade), que afirma haver risco de segurança na medida de Doria.

    O prefeito havia anunciado a elevação do limite de velocidade de 70 km/h para 90 km/h nas pistas expressas, de 60 km/h para 70 km/h nas pistas centrais e de 50km/h para 60 km/h nas pistas locais das marginais. Seria mantido apenas o limite de 50k/h nas faixas direitas das pistas locais.

    Doria recorreu da decisão na segunda-feira e aguarda uma decisão da Justiça ainda nesta terça, quando lança o programa Marginal Segura. Ele informou que obedecerá a decisão da liminar.

    A redução da velocidade teve início em julho de 2015. No primeiro ano, foi registrada uma queda de 37,5% no número de acidentes nessas vias, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

    O juiz destacou que nesse período a redução de mortes em acidentes nas duas vias foi de 52%, sendo que na marginal Tietê as mortes por atropelamento foram zeradas. No período anterior, 18 pessoas haviam morrido atropeladas no local. E, na marginal Pinheiros, as mortes por atropelamento caíram de nove para três.

    Ainda sobre mobilidade, a pesquisa revela que 44% dos entrevistados levam até duas horas no percurso casa-trabalho. O tempo médio gasto é de 1h46, sendo que os que fazem o percurso de carro ganham dois minutos em relação a quem usa ônibus.

    Entre os entrevistados, 50% são a favor da inspeção veicular, cuja obrigatoriedade foi suspensa pelo ex-prefeito Haddad. Já as pessoas que se declararam contra somam 43% dos pesquisados.

    A pesquisa da Rede Nossa São Paulo avaliou 71 itens, que vão de mobilidade, saúde e educação até transparência pública e punição à corrupção.

    As áreas mais mal avaliadas são: Transparência e participação política, Desigualdade Social, Assistência Social, Transporte/Trânsito (mobilidade), e Habitação.

    Nessas áreas, os itens com menor nível de satisfação são, pela ordem, Forma de participação na escolha dos subprefeitos, Transparência dos gastos e investimentos públicos, Tempo médio entre a marcação e a realização de procedimentos mais complexos e Punição à corrupção.

    A pesquisa foi realizada antes do anúncio do prefeito de que o “Corujão da Saúde”, plano colocado em vigor em sua gestão para combater o déficit de 485 mil exames médicos da rede municipal. O plano inclui a prestação do serviço por hospitais particulares. Segundo Doria, na primeira semana foram marcados 243,5 mil exames e realizados 25 mil. No entanto, o Corujão não trata de procedimentos complexos como cirurgias nem consultas médicas.

    As cinco áreas mais bem avaliadas pelos entrevistas são, nesta ordem: Cultura, Esporte, Tecnologia da Informação, Aparência e Estética, e Juventude.

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