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E o Bebianno, que estava sendo demitido faz 5 dias, só caiu mesmo agora

"Sucesso na nova caminhada."

O Palácio do Planalto divulgou agora há pouco um comunicado informando a demissão do ministro Gustavo Bebianno do governo. O anúncio foi feito pelo porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros. No final do comunicado, a nota deseja a Bebianno "sucesso na nova caminhada."

A nota foi econômica nos elogios a Gustavo Bebianno: "O Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, decidiu exonerar, nesta data, do cargo de Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, o Senhor Gustavo Bebianno Rocha. O Senhor Presidente da República agradece sua dedicação à frente da pasta e deseja sucesso na nova caminhada."

O substituto será o general Floriano Peixoto, que era o número 2 da Secretaria Geral da Presidência.

Bebianno agonizou durante cinco dias após ter sido chamado de mentiroso e se envolver numa disputa com um dos filhos do presidente, o vereador pelo Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC).

O calvário de Bebianno teve início na semana passada, após o jornal Folha de S.Paulo revelar o uso de verbas do fundo eleitoral para o financiamento de candidatas supostamente laranjas, que concorreram ao Legislativo pelo PSL, partido do qual o agora ex-ministro foi presidente durante o período eleitoral.

Ainda na semana passada, sob ataques, Bebianno tentou mostrar tranquilidade e deu entrevistas dizendo que não havia crise em torno de seu nome, prova disso é que teria conversado três vezes com o presidente Bolsonaro enquanto ele ainda estava internado no hospital se recuperando de uma cirurgia.

A informação foi desmentida num tuíte do filho do presidente, Carlos, e depois retuitada pelo próprio Bolsonaro.

Exposto, Bebianno começou a enviar trocas de mensagens de áudio entre ele o presidente para aliados, numa tentativa de mostrar que o mentiroso da história não era ele, e sim, Carlos.

As gravações chegaram à imprensa e nos bastidores o presidente deu como versão oficial da demissão o fato de não poder mais confiar num ministro que vaza conversas particulares.

A demissão, no entanto, significa uma vitória de Carlos contra um antigo adversário.

Após a tentativa de assassinato do presidente, Bebianno atuou como uma espécie de bedel no hospital enquanto Bolsonaro se recuperava. Cabia a ele levar informações a Bolsonaro e definir quem podia e quem não podia falar com o então candidato.

A proximidade com o presidente despertou ciúmes em Carlos, que durante a recuperação do atentado fazia papel semelhante ao de Bebianno e sempre atuou como uma espécie de cão de guarda de seu pai.

O ápice da crise entre os dois veio após a eleição, quando Bebianno vazou que Carlos tinha interesse de atuar na área de comunicação do governo, na Secretaria de Comunicação.

As notícias acabaram por inviabilizar a ida de Carlos que, desde aquele momento, atuou para de maneira mais firme para derrubar o ministro. O sucesso do 02, como Bolsonaro às vezes se refere ao segundo filho, só veio nesta segunda-feira.

Com a demissão, opositores têm esperança que Bebianno possa cair atirando. Desde sexta o ex-ministro tem dado sinais a aliados que está se sentindo traído e que teria informações capazes de desestabilizar o governo.

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