Delator no caso Fifa, o argentino Alejandro Burzaco teve uma crise de choro após ter sido ameaçado em pleno tribunal.
Os procuradores dos Estados Unidos acusaram Manuel Burga, ex-chefe da Federação Peruana de Futebol — que é réu e estava presente durante todo o depoimento de Burzaco —, de fazer gestos de "cortar a garganta" em direção ao delator.
O gesto teria sido feito por Burga, segundo os procuradores, ao menos duas vezes, na terça (14) e na quarta (15).
O advogado do peruano, Bruce Udolf, negou as ameaças — ele disse que seu cliente é um homem "tímido" e estava apenas sentindo coceira na garganta.
Burzaco caiu no choro na quarta (15), um dia após o ex-executivo argentino Jorge Delhon, 52, cometer suicídio em Buenos Aires. Horas antes, Delhon havia sido acusado por Burzaco de receber propina em troca de contratos de transmissão.
O depoimento teve que ser interrompido por cerca de uma hora e só foi retomado após Burzaco se recompor.
Após o reinício do julgamento, os procuradores pediram à juíza Pamela K. Chen, que julga o caso, que a prisão domiciliar de Burga fosse mais restritiva. Ela determinou que ele seja impedido de usar o telefone e a internet — antes, o uso era permitido.
Outros réus do caso que estão em prisão domiciliar, como o ex-presidente da CBF José Maria Marin, têm benefícios. Marin, que ocupa seu apartamento na Trump Tower — a metros do Central Park —, costuma ir à igreja aos domingos.