O que sabemos até agora sobre o massacre na escola de Suzano
- População lota Arena Suzano para se despedir de 6 das 8 vítimas do massacre na Escola Raul Brasil.
- Um dos estudantes está sendo velado em igreja evangélica que frequentava.
- Governador João Doria anunciou que Estado vai indenizar famílias de vítimas que estavam na escola, mas não indicou valores.
- É o mais grave ataque a uma escola brasileira desde o ataque que deixou 12 estudantes mortos em Realengo, Rio, em abril de 2011.
Atualizações
Doria anuncia indenização para família de vítimas de #Suzano, mas ainda não há detalhes.
O governo de São Paulo anunciou hoje (14) a criação de um comitê com o objetivo de acelerar o processo de pagamento de indenizações aos familiares das vítimas do massacre de Suzano.
Não há valor definido ainda nem quem exatamente teria direito à indenização – se apenas parentes de pessoas que morreram ou também a família de quem ficou ferido.
O decreto, que será publicado na edição de amanhã do Diário Oficial, prevê que o comitê — formado por Procuradoria-Geral do Estado e secretarias da Educação, Segurança Pública e Assistência Social, com membros da Defensoria Pública como convidados — determine, no máximo em 30 dias, os valores das indenizações.
Gamers estão reagindo a comentário do vice-presidente Mourão, que associou massacre de Suzano ao uso de videogame.
O tom de consternação no velório das vítimas do massacre de #Suzano na manhã desta quinta. À tarde deverá ser realizado um ato interreligioso.
Vídeo em poder da polícia mostra como foi chegada de agressores à escola e ataques às primeiras vítimas. BuzzFeed News decidiu não publicá-lo.
Um vídeo do circuito interno da escola – já em poder da polícia – mostra que o primeiro homem a entrar na Escola Raul Brasil sacou um revólver e desferiu pelo menos quatro disparos de arma de fogo contra um pequeno grupo de pessoas que estava no hall da escola. O atirador sai e, poucos segundos depois, entra o outro criminoso, que deixa a mochila e um arco no chão e passa a atacar as pessoas caídas com golpes de machadinha. Depois, há uma correria de estudantes correndo em direção à saída.
O vídeo de 90 segundos mostra a dinâmica do começo do crime. O BuzzFeed News teve acesso à prova e decidiu relatar, em linhas gerais, o conteúdo em virtude de se tratar de uma importante prova da investigação, mas não vai publicá-lo. O BuzzFeed News pede a seus leitores e leitoras que não compartilhem este tipo de conteúdo, caso recebam por meio de redes sociais ou aplicativos de mensagem.
Estudantes mortos tinham entre 15 e 17 anos. Número de feridos chega a 11.
As autoridades de São Paulo atualizou a lista e ampliou informações sobre as vítimas:
Estudantes mortos:
1.Caio Oliveira, 15 anos.
2.Claiton Antonio Ribeiro, 17 anos.
3.Douglas Murilo Celestino, 16 anos (morreu no hospital.)
4.Kaio Lucas da Costa Limeira, 15 anos.
5.Samuel Melquiades Silva Oliveira, 16 anos.
Funcionárias da escola:
6.Eliana Regina de Oliveira Xavier, 38 anos.
7.Marilena Ferreira Vieira Umezo, 59 anos.
Dono da locadora (tio do Guilherme)
8.Jorge Antonio de Moraes, 51 anos (tio de um dos atiradores).
Atiradores:
9.Guilherme Taucci Monteiro - 17 anos.
10.Luiz Henrique de Castro - 25 anos.
Este estudante pensou que o ataque era uma pegadinha até ser atingido por um golpe de machadinha.
Aluno do 2º ano do Ensino Médio na escola Rui Brasil, de Suzano, na Grande São Paulo, José Vítor Ramos, 18, ouviu os tiros na hora do recreio, mas achou que fosse uma pegadinha. Mas, ao sair da sala de aula, foi atacado no ombro direito com um machado.
Em meio ao desespero, ele não conseguia encontrar seus amigos nem sua namorada. Saiu correndo a pé, conseguiu sair da escola e foi para o hospital Santa Maria, a duas quadras da escola.
“Mãe, foi igualzinho nos Estados Unidos”, contou ele à mãe, Sandra Regina Ramos, 49, segundo o relato dela ao BuzzFeed News. comparando o massacre de Suzano ao de Columbine, no Colorado, que completa 20 anos em abril.
“Ele disse que foi uma cena de guerra. Que o alvo era quem atravessasse na frente deles [os atiradores]”, contou Sandra a mãe de José Vítor, na porta do hospital.
Aliviada por que o filho estava bem depois de uma cirurgia, Sandra disse que os atiradores moravam perto de sua casa.
“Ele [o filho] não falou nada que conhece, mas eu tenho certeza que ele conhece porque os meninos moram a duas ruas da minha casa. Geralmente adolescente conhece adolescente”.
Sandra disse que foi chamada para ir ao hospital. “Achei que ele tinha tido uma torção no pé, uma coisa assim, boba. Quando eu vi muito helicóptero, eu imaginei que a coisa foi mais séria. O que passou pela minha cabeça quando eu vi o tumulto foi que meu filho estava morto”.
O vice-presidente Hamilton Mourão relacionou o massacre de Suzano com a popularidade de games violentos: "Hoje a gente vê a garotada viciada em videogames violentos. Só fazem isso."
Aqui estão os nomes das vítimas do ataque à Escola Raul Brasil, em Suzano. Os dados foram divulgados na entrevista coletiva concedida pelo secretário de Segurança Pública General Campos e pelo comandante geral da PM Coronel Salles:
Estudantes mortos: Pablo Henrique Rodrigues, Cleiton Antônio Ribeiro, Caio Oliveira, Samuel Melquíades Silva de Oliveira, Douglas Murilo Celestino (morreu a caminho do hospital)
Funcionárias mortas: Marilena Ferreira Vieira Umezo (professora coordenadora), Eliana Regina de Oliveira Xavier (agente de organização escolar) e Jorge Antônio Moraes (comerciante, atingido fora da escola, morreu no hospital).
Feridos: Leticia Melo Nunes, Samuel Silva Felix, Beatriz Gonçalves, Anderson Carrilho de Brito, Murilo Gomes Louro Benites, Jennifer Silva Cavalcanti, Leonardo Vinicius Santana, Adna Bezerra, Jorge Antônio de Moraes e Guilherme Ramos.
Atiradores que se suicidaram: Guilherme Taucci Monteiro, 17 anos (ex-aluno) e Luís Henrique de Castro, 25 anos.