A marca de roupas Cavalera retirou de suas lojas uma camiseta que comparava o deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ), pré-candidato à Presidência da República, ao palhaço Bozo.
A decisão ocorreu após ter viralizado um vídeo em que uma eleitora de Bolsonaro fala sobre o produto.
Loja @Cavalera_Brasil fazendo campanha de destruição de imagem do @jairbolsonaro associando sua imagem à um palhaço e o colocando como símbolo da besta fera! Coisa feia! Baixa! Vão pra Cuba seus lixos! https://t.co/W2YAJej8gF
No vídeo, a eleitora afirma que a marca cometeu "um ato de desrespeito" contra Bolsonaro e questiona um vendedor da loja da marca no Shopping Morumbi, em São Paulo.
"Qual o motivo de colocar ele como a besta fera?", pergunta a mulher, referindo-se ao número na camiseta.
"Fizeram uma sátira, né?", responde o vendedor.
"Tem do Lula também?", insiste a eleitora, que fica contrariada diante da negativa do vendedor.
Após a publicação do vídeo, na noite de terça (26), eleitores pró e contra Bolsonaro foram às páginas da marca nas redes sociais expressar suas opiniões.
No Facebook, quem é a favor do pré-candidato usou o argumento da eleitora sobre Lula. E quem não gosta de Bolsonaro pediu mais camisetas do tipo.
Muitos eleitores de Bolsonaro também criticaram o fato de o dono e criador da marca, Alberto Hiar, ser ex-vereador e ex-deputado estadual em São Paulo pelo PSDB. O nome dele não aparece mais na lista de filiados da sigla divulgada pelo TSE.
Dei um Google e vejam quem criou a marca. Ex deputado do PSDB entenderam?
Em nota divulgada hoje (28), a marca afirmou que "sempre trouxe em suas coleções charges de esquerda, direita, meio, em cima, embaixo".
A Cavalera disse, ainda, que a camiseta comparando Bolsonaro ao Bozo "dava início a uma série limitada que traria críticas a pessoas públicas".
"Mas o Brasil não está totalmente preparado para essa tal liberdade de expressão", encerra a Cavalera. Leia a íntegra.
A Cavalera, em seus mais de 20 anos de história, é reconhecida por trilhar um caminho que propõe discussões e pensamentos à sociedade brasileira. Desde seus desfiles em espaços públicos — quando isso ainda não era moda —, até caminhar pelas margens do Rio Tietê, a marca sempre trouxe em suas coleções charges de esquerda, direita, meio, em cima, embaixo.
A camiseta que virou notícia nos últimos dias trazia uma sátira de Jair Bolsonaro e dava início a uma série limitada de t-shirts que traria críticas a pessoas públicas. Mas, o Brasil não está totalmente preparado para essa tal liberdade de expressão.
Desejamos uma boa sorte ao nosso Brasil.