Proposta de Trump sobre agenda econômica com Brasil surpreendeu Temer, dizem assessores

    Segundo fontes do Planalto, americano não mencionou os negócios que mantém no Rio, em telefonema. Nesta semana, as Organizações Trump desistiram de operar o hotel de luxo, que é alvo de investigação do Ministério Público Federal.

    O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, gerou surpresa na equipe de Michel Temer na última terça-feira (13), durante telefonema que o peemedebista fez ao republicano, ao sugerir uma agenda econômica comum entre os dois países.

    Auxiliares de Temer relataram ao BuzzFeed Brasil que a intenção de implementar uma nova pauta comercial foi inesperada e positiva — trata-se de uma inflexão no discurso protecionista que Trump adotou durante a campanha.

    Temer e Trump tiveram uma conversa "amigável e positiva" hoje cedo, diz nota do Planalto. Leia a íntegra:

    Pontos específicos da discussão — como em que nível da diplomacia ocorrerá — devem ser definidos até fevereiro, mês em que Trump e Temer concordaram para divulgar a agenda.

    Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil. Em 2015, o comércio bilateral entre os dois países movimentou R$ 50,5 bilhões, segundo o Itamaraty.

    Em 2015, a balança comercial foi positiva para o Brasil, num reflexo do aumento da cotação do dólar, o que ocasionou queda nas importações.

    Os principais produtos que o Brasil exporta para os Estados Unidos são derivados brutos de petróleo, aviões, minério de ferro e café. No sentido inverso, o Brasil importa petróleo refinado, turbinas e produtos químicos.

    Ainda segundo auxiliares do Planalto, Trump não mencionou os negócios que mantém no Rio de Janeiro durante o telefonema.

    Nesta semana, as Organizações Trump desistiram de operar o hotel de luxo lançado em agosto, durante a Olimpíada 2016, que é alvo de uma investigação do Ministério Público Federal.

    O hotel foi inaugurado parcialmente, às pressas, para comportar reservas feitas para a Olimpíada do Rio — as obras ainda estão em andamento, segundo funcionários afirmaram ao BuzzFeed Brasil.

    Os procuradores investigam se a Organização Trump e sua sócia, a empresa LSH Barra, foram beneficiadas ilegalmente por aportes de fundos de investimento estatais.

    Além do hotel na Barra, Trump é sócio de outro hotel no Rio de Janeiro, no Porto Maravilha, que também recebeu investimento de fundos controlados por estatais. O empreendimento, que foi prometido para a Olimpíada, ainda não saiu do papel.

    O terreno destinado às cinco torres, na zona portuária da cidade, foi comprado pela Prefeitura do Rio com recursos do Fundo de Investimento do FGTS, repassados antes à Caixa Econômica Federal. O banco público criou um fundo de investimento, destinado especificamente a financiar obras do projeto Porto Maravilha, que recebeu R$ 3,5 bilhões vindos do FI-FGTS.

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