O procurador federal Carlos Fernando dos Santos Lima, que atua na força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, disse nesta terça (5) que o Ministério Público precisa "cortar na carne".
A fala faz referência à gravação da conversa entre Joesley Batista e Ricardo Saud na qual citam o ex-procurador Marcelo Miller, ex-auxiliar do procurador-geral Rodrigo Janot que virou sócio de um escritório de advocacia que atua para a empresa.
"Esses procuradores ou ex-procuradores devem ser punidos exemplarmente, pois suas condutas são mais graves do que as de qualquer um outro", escreveu Santos Lima.
Na conversa, Joesley diz a Saud: “Eu quero nós dois 100% alinhados com o Marcelo [Miller]… Nós dois temos que operar o Marcelo direitinho pra chegar no Janot… Eu acho… É o que falei com a Fernanda [possivelmente Fernanda Tórtima, advogada da JBS], nós nunca podemos ser o primeiro, nós temos que ser o último, nós temos que ser a tampa do caixão… Fernanda, nós nunca vamos ser quem vai dar o primeiro tiro, nós vamos o último… Vai ser que vai bater o prego da tampa”, afirma Joesley, de acordo com a Veja, que revelou o trecho nesta terça (5).
O procurador comentou ainda outras duas notícias do dia: a operação que investiga compra de votos para o Rio virar sede olímpica e a operação que encontrou malas de dinheiro num apartamento do ex-ministro Geddel Vieira Lima.
Santos Lima escreveu que as notícias são "chocantes, mesmo para mim, acostumado com as revelações da Lava Jato."