O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), irá participar de um evento patrocinado pela refinaria de Manguinhos, que deve R$ 1,9 bilhão em ICMS ao Estado.
O evento está marcado para o dia 27 de novembro e é organizado pela revista Veja. Intitulado "Amarelas Ao Vivo", terá entrevistas com figuras importantes da política brasileira.
Manguinhos é o único patrocinador do evento, cujos ingressos — já esgotados — custam R$ 1.500 cada um. A refinaria investiu por volta de R$ 600 mil para ajudar a realizá-lo, segundo a reportagem apurou com fontes do mercado publicitário.
Nesta quinta (9), o BuzzFeed News questionou o governador, após um evento no Palácio dos Bandeirantes, se a participação dele em um encontro patrocinado por uma empresa que deve R$ 1,9 bilhão ao Estado não é um contrassenso.
"Nós somos convidados por uma revista, aliás, das mais prestigiadas do país", disse Alckmin. "Tanto não há relação que, exatamente nesta semana, já foi cassada até a atuação da empresa."
Na quarta (8), a Secretaria da Fazenda suspendeu a inscrição estadual de Manguinhos. Diferentemente do que a frase de Alckmin dá a entender, a medida não impede a refinaria de atuar no Estado. Agora, porém, ela terá que pagar o ICMS de cada operação que fizer, em vez de poder recolher todo o tributo no início do mês.
A Procuradoria Geral do Estado, órgão responsável por representar São Paulo em ações judiciais, cobra a dívida de Manguinhos na Justiça — até agora, porém, sem sucesso.
"Nós temos que ser muito duros com sonegadores, especialmente sonegadores contumazes, porque eles lesam a população", afirmou o governador. "Isso é menos hospital, menos escola, segurança, desorganizam o mercado, e estabelece uma concorrência desleal."