O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, afirmou hoje (10) que quer debater com Jair Bolsonaro ainda que seja em uma enfermaria, uma vez que o candidato do PSL já declinou do primeiro debate de TV do segundo turno porque se recupera de uma cirurgia. Bolsonaro sofreu um atentado a faca em setembro.
"Vou até numa enfermaria, na boa, fazer um debate. Vou na enfermaria que ele estiver", disse o petista, que continuou: "Ele falou que não quer se estressar, não vou estressar ele. Vou falar docemente".
Haddad concedeu entrevista a veículos estrangeiros em São Paulo e afirmou que o debate é o melhor caminho para combater fake news. Segundo ele, a Justiça brasileira ainda não está preparada para lidar com as notícias falsas com rapidez.
"Essa turma de extrema direita não tem pudores de jogar pesado. Passam por cima da sua honra, da sua família. Eles não querem saber. Entendo que no segundo turno o preso das fake news é menor se tiver debate. Não há como se acovardar num debate", disse Haddad.
O candidato petista também criticou o já anunciado ministro da Fazenda de Bolsonaro, o economista Paulo Guedes.
"A politica do Paulo Guedes é aprofundar a agenda Temer. É o Temer piorado."
E, sem apontar um nome para a Fazenda em um eventual governo seu, apenas afirmou: "O Ministério da Fazenda do meu governo não será um banqueiro que vai ocupar. Não será um Paulo Guedes. Tem de ser alguém comprometido com a produção, com a geração de emprego e não com o lucro fácil no Brasil".
"Defende torturadores"
Questionado se o comunismo era democrático, Haddad atacou Bolsonaro. “No Brasil, o PC do B sempre esteve do lado das forças democráticas. Nunca esteve do lado do obscurantismo. Esta pergunta você deveria dirigir a quem defendeu a ditadura no Brasil, a tortura e a cultura do estupro. Você deveria, portanto, dirigir essa pergunta ao meu adversário.”
E continuou:
“Meu adversário até hoje defende torturadores. Publicamente. Sabendo que nos porões da ditadura se cometiam estupros contra mulheres, reiteradamente. E agridem as pessoas, inclusive jornalistas, que cobram um compromisso dele com a democracia e que estão sendo agora enxovalhados na internet, com informações inclusive falsas sobre seu passado, como aconteceu esta semana com a jornalista Miriam Leitão, que foi vítima de tortura.”