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Sindicalistas fretaram ônibus para buscar Vaccari em Curitiba, mas ele continuou preso

Tesoureiro do PT foi absolvido pelo Tribunal Regional Federal em um dos processos pelo qual foi condenado pelo juiz Sergio Moro. Mas, por causa de outra ordem de prisão preventiva, ele foi mantido preso.

Sindicalistas lotaram um ônibus na noite desta terça-feira e rumaram de São Paulo a Curitiba para "buscar" o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso pela operação Lava Jato no Complexo Médico Penal de Pinhais, região metropolitana da cidade.

Eles ouviram a notícia de que Vaccari foi absolvido pela segunda instância da Justiça Federal e entenderam que o petista seria libertado. Condenado pelo juiz Sergio Moro, Vaccari foi absolvido à tarde pelos desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

Mas o petista tem outras quatro condenações e ainda está em vigor outro mandado de prisão preventiva decretada pelo juiz federal Moro em um desses processos.

Com a absolvição, o juiz Sergio Moro até expediu um alvará de soltura, mas com a determinação de que o petista permanecesse preso por causa da outra ordem de prisão.

O advogado de Vaccari, Luiz Flávio D'Urso, deverá ingressar com um pedido de relaxamento da prisão para tentar libertar o petista.

Diferentemente do tratamento que sindicalistas e petistas dão ao ex-ministro Antonio Palocci, Vaccari é considerado como um herói do PT por suportar a prisão sem tentar uma delação.

Os sindicalistas se precipitaram e foram até Curitiba sem nenhuma orientação de advogados. Lá, foram informados sobre a situação de Vaccari. Em contato com outros sindicalistas em São Paulo, eles expressaram frustração.

Um defensor que acompanhou Vaccari nesta quarta em um depoimento, contou para o petista o que tinha acontecido e ele pediu que repassasse aos sindicalistas uma mensagem de agradecimento.

"Não mereço tudo isso, mas agradeço", afirmou ele, que completou: "Vou sair daqui, não roubei, não matei, fui preso porque era o tesoureiro do PT. Cheguei aqui pela política num carro de polícia e vou sair daqui pela política junto com meus companheiros".

Tristes, os sindicalistas sequer quiseram fazer fotos do grupo em Curitiba, informou uma fonte da CUT. Na tarde desta quarta, eles ainda estavam na estrada, retornando para São Paulo.

Absolvição

Os desembargadores do TRF-4 decidiram reformar a sentença e determinar a absolvição porque, de acordo com os magistrados, a denúncia foi baseada apenas em delações premiadas. Vaccari havia sido condenado por Moro a 15 anos de prisão. Ele está preso desde abril de 2015 em Curitiba.

Na mesma sentença, os desembargadores decidiram mais que dobrar a pena do ex-diretor da Petrobras Renato Duque. A pena aumentou de 20 anos e oito meses para 43 anos e 9 meses de prisão.

O processo julgado ontem pelo TRF-4 trata de desvio de recursos em quatro obras da Petrobras (Repar, Replan, Gasoduto Pilar/Ipojuca e Gasoduto Urucu Coari), executadas pelas construtoras OAS, Setal e Mendes Júnior. Segundo a força-tarefa da Lava Jato, a pedido de Duque as empreiteiras fizeram 24 doações para o PT, intermediadas por Vaccari, no valor de R$ 4,26 milhões. As doações ocorreram entre outubro de 2008 e abril de 2010.







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