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"Quando é que a imprensa vai acordar?", diz Haddad sobre ataques da campanha de Bolsonaro

Candidato do PT rebateu acusação replicada por filho de Bolsonaro na internet de que ele defenderia o incesto. "Qual o limite da loucura do meu adversário?"


Acusado nas redes sociais dos adversários de defender o incesto, o candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, questionou neste domingo (14) o "limite da loucura" de seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL), e criticou a imprensa por, segundo ele, se omitir quanto à onda de fake news sobre sua candidatura.

"Qual o limite da loucura do meu adversário? Acusar um oponente de defender o incesto! Onde nós vamos parar? Vocês não vão acordar para o risco que nós estamos correndo? Quando é que a imprensa vai acordar?", questionou o petista em entrevista depois de participar de um encontro com representantes de movimentos de apoio a pessoas com deficiência.

"Este é o apelo que eu faço. A democracia está em risco. Acordem", afirmou o candidato do PT. "A imprensa está se omitindo em relação aos ataques que estou sofrendo."

Haddad se referiu a um post do filósofo e escritor direitista Olavo de Carvalho no Facebook e depois apagado por ele, não sem antes ser divulgado no Twitter por um dos filhos do capitão reformado, o vereador Carlos Bolsonaro. No texto, Olavo de Carvalho acusa Haddad de defender a quebra do "tabu do incesto".

Logo depois da publicação, Olavo de Carvalho deletou o post e fez um novo texto, afirmando que não era exato "em sentido literal e material" o que ele havia escrito anteriormente. Carlos Bolsonaro, por sua vez, manteve a acusação em sua página no Twitter.

"O Olavo de Carvalho resolveu dizer, com o apoio do filho do Bolsonaro, que eu defendo o incesto. Onde é que nós vamos parar?", questionou Haddad.

Haddad afirmou que a fake news não foi publicada por qualquer eleitor, mas pelo filho do candidato. "Chega de mentira covarde, pelo amor de Deus. Para ganhar voto precisa fazer isso? Estou falando do filho dele. E ninguém fala nada."

O petista também falou sobre uma igreja de Nova Friburgo que amanheceu com pichações de suástica nas paredes da entrada. "Onde é que esta loucura vai parar? Hoje, uma igreja católica amanheceu pichada com uma suástica. Eu fui perseguido por um carro por um bolsonarista chamando a Igreja Católica de igreja gay", continuou Haddad.

A Igreja de São Pedro da Serra, distrito de Nova Friburgo, amanheceu com a pichação de suásticas no muro. Câmeras de segurança vão tentar identificar os autores. https://t.co/XqFN9TKfbW

O candidato do PT falou também do apoio do líder da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), Edir Macedo, a Bolsonaro. Esta semana, Haddad chegou a acusá-lo de "fundamentalismo charlatão".

"Uma igreja não pode mandar no Estado brasileiro. O Estado tem de ser de todas as crenças. Por isso manifestei minha preocupação com esse projeto de poder que já foi anunciado há décadas e que agora parece querer se materializar em uma candidatura", falou o petista.

"O Estado brasileiro não pode ter uma religião. Tem de abraçar todas as religiões. Vejo com preocupação uma igreja ter um projeto de poder."

O petista voltou a criticar Bolsonaro por não confirmar presença nos próximos debates. "E tem uma razão para ele não participar de debates. Ele não vai poder dizer isso na minha cara, né? Não vai poder afirmar nada do que ele afirma pela internet frente a frente, não vai conseguir sustentar."

Haddad quer diálogo com FHC

Em entrevista ao Estado de S. Paulo, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse que há um muro entre ele e Bolsonaro e que, em relação a Haddad, há uma porta, mas que não está aberta.

“Se depender de mim, esta porta vai ser aberta em nome da democracia. Independentemente de o PSDB ser oposição num próximo governo, se eu for eleito, o mais importante hoje é garantir as liberdades democráticas", disse o petista.

"Uma porta não é um obstáculo para defender o país da ditadura, da tortura, da cultura do estupro".

Ele afirmou que há "respeito mútuo" entre ele e FHC e deu a entender que vai procurar o tucano. "Temos muitos amigos comuns". Os dois, quando Haddad era prefeito, chegaram a ir juntos a uma ópera no Theatro Municipal.

Venezuela, Cuba e PT

Questionado sobre as críticas do opositor ao apoio do PT aos regimes políticos de Cuba e Venezuela, Haddad afirmou que quem tem de responder sobre apoio a ditadura é Bolsonaro.

"O PT nunca violou os princípios democráticos nos anos que governou o país. Isso [as críticas] é jogo de cena. Ele tem que responder sobre o passado dele, que elogia torturador, que diz a uma colega de Parlamento que não a estupra porque ela não merece, que fala mal do cardeal dom Paulo Evaristo Arns, chamando de 'picareta' e 'vagabundo'."

E concluiu: "Quem tem de responder sobre seu passado é ele, que defendeu a tortura, o extermínio de 30 mil pessoas, que falou que a grande falha do regime militar foi ter torturado e não matado seus opositores. Aí reclama que alguém vai lá e dá 12 facadas em quem votou contra ele. Qual o exemplo que ele dá? Só fala em morte".

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