O presidente Michel Temer vai divulgar nos próximos dias o nome do substituto do ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), que se demitiu depois de ter feito lobby para aprovar a construção de um prédio em Salvador onde admitiu ter comprado um apartamento.
Um dos nomes cogitados é o do deputado Rogério Rosso (RJ), líder do PSD na Câmara. Rosso pertence ao "Centrão", ajuntamento de deputados com pouca expressão política que integram a base aliada. Mas o PMDB pressiona para não perder a pasta.
Com isso, Temer já "limparia a área" para que Rodrigo Maia (DEM-RJ) se reelegesse presidente da Câmara no ano que vem. Rosso foi seu adversário este ano. A conversa entre o PSD e Temer estaria sendo feita com o ministro das Cidades, Gilberto Kassab.
A bancada do PMDB, no entanto, aposta ainda em dois nomes do próprio PMDB para suceder Geddel, o do ex-deputado Sandro Mabel (GO) e de Rodrigo Rocha Loures, vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria.
Temer pode também abrir mão de nomear um novo ministro e passar a função da Secretaria de Governo, que é a articulação do Planalto com o Congresso, sobretudo a Câmara dos Deputados, para um dos ministros do PMDB: Eliseu Padilha (Casa Civil) ou Moreira Franco (Programa de Parcerias de Investimentos).
Para os deputados do PMDB, mesmo que haja um acúmulo de função de ministros, o que vale é que o poder fique centralizado para o partido, já que a legenda não vai disputar a vaga para a Presidência da Câmara no ano que vem.
O líder do PMDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP), reuniu-se no sábado com Temer e afirmou que o presidente ainda não se decidiu sobre o nome que substituirá Geddel. "Ele quer tomar uma decisão acertada e sem pressa. É uma função muito estratégica, de alguém que trabalhará muito próximo dele", disse Rossi.