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"Não queremos farinata do Doria", diz mãe do protesto "Meu Filho Não é Lixo"

Prefeito de São Paulo anunciou inclusão do suplemento na merenda escolar ainda neste mês. Famílias de alunos organizam protesto na Paulista e afirmam que alimentação das creches é balanceada e não precisa da farinata.

Mães de alunos de creches da rede municipal se organizam nas redes sociais para protestar a partir desta quinta-feira contra o anúncio do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), de que vai incluir farinata — espécie de granulado feito a partir de alimentos próximos da data de vencimento que seriam descartados — na merenda escolar. O protesto, que leva o nome "Meu Filho Não é Lixo", deve ser realizado no vão livre do Masp.

"Somos contra a inclusão de um farináceo na merenda por sua procedência duvidosa, com alimentos prestes a vencer, e porque as creches já têm alimentação balanceada, feita por nutricionistas da prefeitura. Não existe essa demanda", diz a professora de inglês Flor Pacheco, 27, mãe de um menino de dois anos aluno de creche na zona oeste.

"Meu filho tem alergia à proteína do leite de vaca. Só na creche dele tem cinco crianças com dieta especial. Como vamos saber se esse farináceo não vai fazer mal a ele?", afirma Flor.

O Ministério Público também reagiu ao anúncio, feito ontem por Doria, de que a farinata seria incluída na política de segurança alimentar da cidade.

O MP pedirá que seja realizada perícia sobre a farinata. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (19) pelo promotor de Direitos Humanos do MP José Carlos Bonilha, que instaurou um procedimento para acompanhar a política pública de segurança alimentar da prefeitura.

A perícia servirá para averiguar se a farinata, que é defendida pela Cúria Metropolitana de São Paulo e pelo prefeito, tem qualidade e valor nutritivo para ser utilizada como suplemento alimentar.

O problema é que a farinata ainda não começou a ser produzida e a entidade dona da ideia, a Plataforma Sinergia, não esclareceu até agora como serão processados os alimentos.

O Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional) também questionou a prefeitura nesta quinta-feira. Enviou um ofício ao gabinete do prefeito questionando sobre a farinata e sobre como ela será usada e distribuída pelo poder público.

A farinata tem sido questionada por entidades como a Sociedade Brasileira de Nutrição por causa do conceito de alimento. De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, elaborado com princípios do Organização Mundial da Saúde, os alimentos devem ser consumidos in natura e deve-se evitar os alimentos ultraprocessados, o que seria o caso da farinata, segundo conselheiros da entidade de nutricionistas.

A Prefeitura de São Paulo afirmou em nota que "todas as informações solicitadas pelo Ministério Público ou qualquer outro órgão de controle acerca da política de combate ao desperdício de alimentos serão prontamente fornecidas".



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