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Ministério Público investiga ameaças contra caminhoneiros e donos de postos em SP

Pelo menos sete caminhões tanque sofreram "sequestro velado" na região de Marília, afirma procurador da República.

Procuradores do Ministério Público Federal (MPF) de Marília, a 433 quilômetros de São Paulo, investigam ameaças feitas contra caminhoneiros que tentam deixar a paralisação do transporte rodoviário na região, assim como contra donos de postos de gasolina, que estão sendo pressionados a não vender combustíveis.

O procurador da República Diego Fajardo afirmou ao BuzzFeed News que, na tarde desta terça-feira (29), sete caminhões tanque estão impedidos de deixar as aglomerações de caminhoneiros nas rodovias da região de Marília. Pela manhã, outro caminhão de combustível já havia sofrido o que o procurador chama de "sequestro velado".

Em reunião na tarde desta terça com 30 donos de postos de gasolina, os procuradores que fazem parte do gabinete de crise montado pelo MPF, ouviram relatos de ameaças sofridas pelos empresários.

"Há ameaças veladas e anônimas a transportadoras, a donos de postos de combustível. Estão sendo ameaçados de que se abrir e vender sofrerão as consequências, como tacar fogo no posto", disse o procurador.

Quanto aos caminhoneiros ameaçados, as investigações apontam que está havendo uma retenção dos caminhões-tanque. As investigações são feitas pelo MPF, em conjunto com a Polícia Federal e a Polícia Civil.

"Temos informação de serviço reservado da polícia de que há, de fato, coação e constrangimento desses caminhoneiros que não estão podendo deixar esses locais. Há ameaça de retaliação, ameaças às famílias", disse o procurador.

Segundo Fajardo, os caminhões estão posicionados em forma de caracol nas rodovias, o que impede a saída dos motoristas que tentam deixar o movimento grevista. A estratégia complica também o cumprimento de medidas judiciais.

Os sete caminhões da empresa Tropical, a serviço da Ipiranga, estão retidos em Ourinhos, de acordo com o procurador.

"Em tese, os veículos estão liberados. Só que os caminhoneiros que estão lá estão sendo constrangidos a não furar o movimento, sob pena de retaliações posteriores. Além disso, temos outro caso de um caminhão-tanque de um posto de gasolina de Marília que, chegando em Ourinhos, o motorista foi constrangido a ir a esse ponto de aglomeração e o caminhão ficou retido por quatro dias até conseguir ser liberado".

O gabinete de crise investiga também a denúncia de que um motorista de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, estaria sendo retido há sete dias na região de Marília.

"É uma minoria que comanda esses movimentos, com um nível de rebeldia e violência", aponta Fajardo.

O MPF e as polícias estão organizando comboios para restabelecer o abastecimento de combustível na região.







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