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Marqueteiro diz que tratou de caixa 2 com Lula para campanha no exterior

"Lula me disse o seguinte: liga para o Emílio Odebrecht. Conhece o Emílio?"

ERRAMOS: Diferentemente do que afirma o texto, o mencionado depoimento de João Santana ocorreu em março de 2017. A divulgação da reportagem no Facebook e no Twitter foi apagada.

O marqueteiro e delator da Lava Jato João Santana afirmou nesta segunda-feira (5) em depoimento à Justiça Federal do Paraná que primeira vez que conversou diretamente como o então presidente Lula sobre caixa dois de campanha foi a respeito de uma eleição no exterior, que era de interesse do petista.

A conversa, segundo João Santana, aconteceu no segundo semestre de 2009, durante a campanha de Maurício Funes, que foi eleito presidente em El Salvador.

Marqueteiro de Lula, Santana passou a atuar na campanha de Funes a pedido do petista logo depois de fazer a campanha derrotada de Marta Suplicy, então no PT, à Prefeitura de São Paulo. Santana disse que aceitou a proposta porque Lula lhe garantiu os pagamentos da campanha salvadorenha.

Santana afirmou ao procuradores da Lava Jato que, no final da campanha, já não havia dinheiro para comprar espaço na mídia e, uma vez que o espaço publicitário é pago naquele país, a campanha de Funes estava limitada. Ele teria então, a pedido do candidato, embarcado para o Brasil para pedir ajuda a Lula.

"Vim falar com ele [Lula]. Falei no Palácio do Planalto", disse Santana. O publicitário disse ao petista, segundo seu depoimento: "Vocês contrataram o Boeing e agora o Boeing está sem dinheiro para o querosene. Não tem sentido".

Santana continuou: "Surpreendentemente, Lula me disse o seguinte: liga para o Emílio Odebrecht. Conhece o Emílio?"

O publicitário disse que respondeu "só de nome", ao que Lula teria replicado que mandaria seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, conversar com o empresário da Odebrecht: "O Gilberto Carvalho vai ligar para o Emílio dizendo que você vai procurar ele para tratar de um assunto que me interessa".

Santana afirmou que ligou dois dias depois para Emílio Odebrecht, que teria respondido: "Eu já mandei dizer ao chefe que esse assunto eu prefiro tratar com o Italiano". Santana disse que essa foi a primeira vez que ouviu a referência ao ex-ministro Antonio Palocci como "Italiano".

"Para mim, foi um alívio. E, depois, [o problema de dinheiro] foi resolvido via subsidiária dele [Odebrecht] no Panamá. O dinheiro chegou à campanha", disse João Santana aos procuradores

A assessoria do Instituto Lula afirmou que "não comenta fala de delatores que fizeram afirmações sem provas para obtenção de benefícios judiciais".

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