A presidente do PT nacional, senadora Gleisi Hoffmann (PR), afirmou nesta sexta-feira (15) que a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República será mantida sob qualquer circustância.
Ela disse em reunião do diretório nacional do partido, em São Paulo, diante de Lula, que é preciso deixar claro que não há plano B para a legenda.
E, depois de uma sabatina de duas horas com advogados, afirmou aos jornalistas: “Eu quero dizer que o presidente Lula é candidato, vai ser inscrito candidato dentro das regras eleitorais vigentes no país".
Segundo ela, o julgamento do ex-presidente pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) não encerra a participação de Lula no processo eleitoral, ainda que confirme a condenação dele no caso do tríplex do Guarujá: “Não acaba [o jogo]”.
O PT convocou três advogados para explicar a Lula, à ex-presidente Dilma Rousseff e aos dirigentes partidários, a portas fechadas, a situação legal de Lula sob os aspectos penal e eleitoral.
A advogada pessoal do petista Valeska Teixeira Martins foi uma das participantes e falou sobre como está o caso no TRF-4, segunda instância do processo.
Já o advogado eleitoral Luis Fernando Pereira disse aos petistas que, mesmo com uma eventual condenação, a inelegibilidade só passará a valer depois de registrada a candidatura, cujo prazo final é 15 de agosto de 2018.
O PT conta com esse calendário para tocar a campanha de Lula nas ruas e ganhar a adesão mesmo de pessoas contrárias ao petista, mas que vejam alguma arbitrariedade em ele deixar de disputar o pleito.
Lula lidera as pesquisas de opinião pública até o momento. O advogado eleitoral disse também que muitos candidatos já disputaram a eleição com a candidatura impugnada, entre eles 145 candidatos a prefeito.
Gleisi não quis falar sobre uma eventual prisão de Lula no caso do tríplex: “Essa possibilidade tem de ser analisada com juristas porque se ela [a sentença do TRF-4] não for unânime em todos os seus aspectos não pode ter prisão”.
A estratégia do PT é levar a candidatura de Lula até o último momento possível em caso de impugnação, o que seria 20 dias antes da eleição (no mínimo, feitos os cálculos mais céleres da Justiça Eleitoral). Por isso, o discurso de plano B está descartado e, assim, continua mantida a discussão para coligações e alianças com movimentos sociais.
Lula ouviu todos os advogados, mas não fez perguntas. Ao final, repetiu o que tem dito em público: que é inocente.
“Ele disse que, se houvesse algum sentimento de culpa, não teria sido candidato”, afirmou o deputado Carlos Zarattini (PT-SP).