O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou uma campanha pesada para levar a senadora Gleisi Hoffmann (PR) para a presidência nacional do PT.
Atendendo a seu pedido, dois candidatos já desistiram; e, nesta terça, Lula teve uma conversa com o senador Lindbergh Farias (RJ) para que ele também desista da disputa.
Lindbergh, no entanto, disse a Lula que conversaria primeiro com Gleisi e com seus apoiadores para tomar uma decisão. Ele é apoiado por grupos como o Muda PT, do qual faz parte a Mensagem, segunda maior tendência do partido, e o OPTei.
A senadora petista, que está em viagem a Alemanha, é ré na Lava Jato desde setembro.
Ela e o marido, o ex-ministro do governo petista Paulo Bernardo, foram denunciados pelo recebimento de R$ 1 milhão em recursos da Petrobras para a campanha da senadora em 2010.
O Supremo Tribunal Federal (STF) arquivou o pedido de investigação da Lava Jato contra Lindbergh no mês passado.
Até agora dois candidatos da mesma corrente partidária de Lula, a Construindo um Novo Brasil (CNB), já aceitaram o pedido do ex-presidente e desistiram do pleito, que ocorre em junho: o ex-ministro Alexandre Padilha e o secretário de Finanças da legenda, Márcio Macêdo.
Defesa de Dilma
Tanto Gleisi como Lindbergh ganharam destaque no PT durante o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Eles foram ferrenhos defensores da petista a ponto de, em um discurso, Gleisi dizer que o Senado não tinha moral para acusar a então presidente.
A senadora, horas depois, disse que mesmo ela não teria moral para decidir sobre o impeachment por ser investigada na Lava Jato. Lindbergh, por sua vez, protagonizou fortes discussões com o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), nas quais trocaram acusações sobre crimes.
Lindberg e Gleisi, um dia antes do impeachment, também saíram aos gritos com o então presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).