Em seu primeiro pronunciamento depois da condenação a 9 anos e meio de prisão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializou sua candidatura à Presidência da República nesta quinta-feira (13). “Quem acha que é o fim do Lula vai quebrar a cara. Porque somente na política quem tem o direito de decretar o meu fim é o povo brasileiro”.
O petista discursou para a imprensa, cercado de líderes nacionais da legenda e acompanhado do escritor Raduan Nassar, que se aproximou do PT durante o processo do impeachment. “Se alguém pensa que me tiraram do jogo, eu continuo no jogo”. O discurso lembrou o pronunciamento do ex-presidente em março passado, logo após a condução coercitiva que, em cenário parecido, Lula disse que haviam tentado arrancar a cabeça da jararaca, mas arrancaram apenas o rabo.
“Quero dizer ao meu partido que, eu até agora não tinha reivindicado, mas a partir de agora vou reivindicar do PT o direito de me colocar um postulante a candidatura a presidente em 2018”, disse o petista.
A “postulação” será desnecessária. Em uníssono, os petistas têm defendido a candidatura de Lula. Segundo o ex-ministro do governo petista Gilberto Carvalho, “não tem plano B”. A presidente da legenda, a senadora Gleisi Hoffmann, logo emendou que Lula seria o candidato não só da PT, mas da esquerda.
Lula negou mais uma vez ser o dono do tríplex, criticou a sentença do juiz Sergio Moro e a posição de meios de comunicação, por quem ele considera ser perseguido.
Como é de seu costume, ele fez um pronunciamento marcado por ironias, um delas sobre o tríplex.
“Eles poderiam me dar o tríplex, porque eu venderia o tríplex e pagava a multa”, disse ele, lembrando que foi condenado também a pagar multa de mais de R$ 700 mil.
Além de criticar o modelo do processo criminal, que considerou deixar o país em um “Estado de quase exceção”, Lula disparou contra seus opositores, afirmando que, sem sua condenação, “o golpe não fecharia”.
E citou os escândalos envolvendo o PSDB. “Os tucanos não aguentaram uma capa da Veja. Caíram todos", disse ele, afirmando que foi tema de mais de 50 capas da revista e teve "20h de Jornal Nacional”.