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Foi assim que ficou um terreiro de candomblé atacado em Jundiaí

"Estou triste pela falta de respeito. Mas orixá é intocável e vou levantar de novo o terreiro. Ainda não seI como, mas vou", disse a mãe de santo.

O terreiro de candomblé da mãe de santo Rosana dos Santos foi inteiramente incendiado em Jundiaí (SP). Vizinhos afirmaram à líder religiosa que viram dois homens pulando um muro assim que o fogo começou, na madrugada de 25 de setembro. O caso está sob investigação, mas a comunidade da religião de matriz africana entende este como mais um crime de intolerância religiosa.

A mãe de santo mantinha o terreiro havia dez anos no bairro da Água Doce, em Jundiaí (a 60 quilômetros de São Paulo). Todos os seus pertences e as imagens religiosas foram destruídos pelo fogo. O terreiro leva o nome de três orixás (divindades africanas): Oyá, Xangô e Oxóssi.

Rosana dos Santos, a yalorixá Rosana de Iansã, esteve nesta terça-feira (3) na Assembleia Legislativa para falar sobre a intolerância religiosa. Em sua página no Facebook, ela pede a ajuda de apoiadores para reconstruir o terreiro.

Em entrevista ao BuzzFeed News, ela contou que foi avisada por vizinhos, no meio da madrugada, de que homens haviam colocado fogo no templo. "As duas pessoas vistas fugiram pelos fundos e não foram identificadas", explicou ela.

"Não existe nada pior do que saber que o seu solo sagrado está sendo incendiado. Os bombeiros chegaram rapidamente, mas eu perdi tudo. Todos os ícones sagrados, todos os eletrodomésticos", contou Rosana.

A mãe de santo tem 56 anos e se dedica ao candomblé desde os 16. Sempre atuou em Jundiaí. Segundo ela, nunca sofre nenhuma ameaça antes do incêndio. "É um bairro tranquilo", disse.

"Estou triste pela falta de respeito. Mas vou dizer: orixá é intocável e eu vou levantar de novo o terreiro. Ainda não sei como, mas vou", disse a mãe de santo. Ela fez queixa na Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo e o caso foi encaminhado para o Ministério Público em Jundiaí, onde será investigado.

O babalorixá Diego Montone é um dos apoiadores de Rosana. Ele criou o movimento "Brasil contra a Intolerância" para auxiliar pessoas que sejam atacadas por suas crenças religiosas e para combater a intolerância sobretudo contra as religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda. No Rio de Janeiro, recentemente, terreiros foram destruídos por traficantes que supostamente professavam religiões neopentecostais.

O babalorixá afirmou que, nos últimos três meses, um terreiro de candomblé em Carapicuíba, na Grande São Paulo, foi depredado e vandalizado. Em Franco da Rocha, também na Grande São Paulo, um homem invadiu um terreiro durante uma cerimônia religiosa e esfaqueou pessoas, disse Montone.

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