A Fundação Abrinq divulgou nesta terça-feira (10) um relatório sobre o desempenho do Brasil em educação e erradicação da pobreza, com foco em crianças e adolescentes.
Com base em dados do IBGE e das instituições de educação do país, o relatório aponta as dificuldades brasileiras para tentar cumprir os compromissos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, assinado pelo país e outras 193 nações, com prazo até 2030.
A situação mais grave para a educação está nas regiões Norte e Nordeste do país. Entre os problemas destacados, estão analfabetismo, falhas no aprendizado e evasão escolar.
- O Brasil tem 12,8 milhões de pessoas com mais de 15 anos que são analfabetas (8% da população). O Estado com o pior índice é Alagoas, com 20% de analfabetos, seguido de Maranhão e Piauí, com 18,8% e 18,2%, respectivamente.
- O país tem 4,9 milhões de crianças matriculadas na pré-escola, o que cobre 91,6% da demanda. No Acre, no entanto, quase um terço das crianças estão fora da pré-escola.
- No Brasil, 21,2% das crianças do terceiro ano do ensino fundamental não têm aprendizagem adequada de leitura. No Nordeste, esse número cresce para 35,5%. Os piores Estados são o Maranhão e o Amapá, onde quase metade das crianças não aprendeu a ler direito (44,3% e 44,1%, respectivamente).
- Já 35% das crianças brasileiras têm dificuldade de escrita no terceiro ano do ensino fundamental. No Pará, esse número sobe para 65,7%.
- Em matemática, apenas 42,9% dos alunos do terceiro ano do ensino fundamental têm aprendizagem adequada. Nas regiões Norte e Nordeste, esses números caem para 25,1% e 25,9%, respectivamente. O pior Estado é o Maranhão, onde apenas 16,3% têm aprendizagem adequada em matemática.
- Segundo o censo do IBGE, em 2010, o Brasil tinha 966,3 mil crianças de 6 a 14 anos fora da escola, sendo que, desse total, 371 mil nunca haviam frequentado uma sala de aula.
- No Brasil, 19,2% dos alunos têm atraso de mais de dois anos no ensino fundamental. Sergipe, Pará e Bahia registram os piores índices: 32,5%, 31,9% e 31,6%, respectivamente.
- No ensino médio, essa distorção entre idade e série, de mais de dois anos de atraso, atinge 27,4% dos oito milhões dos alunos matriculados nessas séries. No Pará, esse problema atinge a metade dos estudantes (49,9%) do ensino médio.
- A taxa de abandono no ensino médio no Brasil é de 6,8%. Mas, no Pará, esse índice é 2,5 vezes maior: 16,8%.