Enquanto o juiz federal Sergio Moro ouve testemunhas sobre o processo que averigua se o ex-presidente Lula se beneficiou de obras em um sítio em Atibaia (SP), o PT lança a pré-candidatura do líder petista a presidente da República.
O lançamento ocorrerá na quarta-feira (7), às 18h, na Expominas, em Belo Horizonte, em um espaço para 3.000 pessoas.
Os petistas escolheram Minas Gerais por ser um dos Estados governados pelo partido e onde, segundo o partido, o governador Fernando Pimentel — que deve concorrer à reeleição — é bem avaliado. Outra localidade aventada foi a Bahia, também governada pelo PT, mas, em março, Lula já deverá participar do Fórum Social Mundial sediado no Estado.
Os petistas têm ainda outras duas agendas para este mês com participação de Lula. Uma delas é o aniversário de 38 anos do PT, na Casa de Portugal, em São Paulo. Na ocasião, Lula fará um pronunciamento que, segundo dirigentes do partido, será a carta de intenções de sua campanha.
Diferentemente da "Carta ao Povo Brasileiro", documento com compromissos divulgado por ele na campanha à eleição de 2002 com o objetivo de acalmar o mercado, o alvo do pronunciamento desta vez será a base de eleitores de Lula identificada com a esquerda.
O terceiro evento é a chamada Caravana Sul, que deve percorrer cidades da região Sul do país. Lula deseja iniciar a viagem por São Borja (RS), onde estão enterrados os dois ex-presidentes Getúlio Vargas (1882-1954) e João Goulart (1918-1976), além do ex-governador Leonel Brizola (1922-2004).
Sítio em Atibaia
Nesta segunda-feira, o juiz Sergio Moro ouviu o casal de delatores João Santana e Mônica Moura como testemunhas no caso do sítio de Atibaia. O sítio era frequentado pela família Lula e ganhou reformas das empreiteiras com contratos na Petrobras. Lula nega ser dono do sítio, que está em nome de amigos da família do petista. Na quarta-feira, será a vez dos delatores Milton Taufic Schahin e Salim Taufic Schahin, donos da construtora Schain, entre outros depoentes.